
Longe de ser uma moda passageira, a Terminação Intensiva a Pasto (TIP) está se consolidando como um modelo de transição para uma pecuária mais tecnológica, sustentável e rentável
Nos últimos anos, a pecuária brasileira tem enfrentado um desafio duplo: aumentar a produção de carne bovina para atender à demanda crescente do mercado global e, ao mesmo tempo, reduzir a pressão sobre o meio ambiente e os custos de produção. Nesse cenário, uma metodologia de manejo genuinamente nacional vem ganhando destaque: a Terminação Intensiva a Pasto (TIP).
Longe de ser uma moda passageira, a TIP está se consolidando como um modelo de transição para uma pecuária mais tecnológica, sustentável e rentável. E, na liderança desse movimento, está o Grupo LPCD, que opera a maior estrutura de TIP do planeta, a partir de Tangará da Serra, no Mato Grosso.
Como funciona a TIP e por que é disruptiva
A TIP combina manejo intensivo de pastagens com suplementação concentrada estratégica, permitindo que o animal permaneça no pasto e alcance alta performance. Diferente do confinamento tradicional, que exige currais, silagem e grãos em grandes volumes, a TIP mantém os bovinos em forragens cultivadas e manejadas com precisão, reduzindo custos e aumentando a qualidade do produto final.
Benefícios imediatos do sistema:
- Ganho de peso diário elevado: os bovinos atingem rapidamente o peso ideal de abate.
- Acabamento uniforme e premium de carcaça: cortes mais macios e com maior rendimento industrial.
- Redução da pressão sobre novas áreas: menor necessidade de desmatamento ou expansão de pastagens.
A TIP se adapta a diferentes tipos de solo, climas e tamanhos de propriedade, tornando-se uma ferramenta viável tanto para grandes grupos agropecuários quanto para médios produtores que buscam intensificação sustentável.

Crescimento da Terminação Intensiva a Pasto (TIP) no Brasil
Entre 2019 e 2023, a adoção da Terminação Intensiva a Pasto (TIP) cresceu 306% no território nacional, com maior concentração no Centro-Oeste, região estratégica para a produção de carne bovina. Esse crescimento reflete:
- Custos competitivos em relação ao confinamento integral.
- Atendimento à demanda internacional por carne de qualidade produzida de forma sustentável, especialmente em mercados europeus e asiáticos.
- Retorno financeiro atraente, com aumento de produtividade por hectare sem necessidade de expansão da área.
O modelo se mostra resiliente e adaptável, permitindo ajustes sazonais no manejo de pastagens e na suplementação de acordo com disponibilidade de forragem e clima.
Vantagens detalhadas da Terminação Intensiva a Pasto (TIP)
1. Aceleração no ganho de peso e aumento da lotação
Com pastagens manejadas intensivamente e suplementação estratégica, os animais atingem rapidamente o peso ideal de abate. Isso permite maior lotação por hectare, sem expansão territorial, aumentando a produtividade total.
2. Carne de qualidade superior
O manejo preciso resulta em carcaças uniformes, com cobertura de gordura equilibrada, valorizadas na indústria frigorífica. Isso possibilita bonificações e acesso a mercados premium.
3. Práticas ambientais responsáveis
O manejo intensivo melhora a fertilidade e a atividade biológica do solo, recupera áreas degradadas, preserva reservas nativas e utiliza arborização para conforto térmico. Como resultado, há redução de emissões de gases e prevenção de desmatamento, alinhando a produção às metas de baixo carbono.
4. Eficiência de custos
Sem necessidade de confinamento fechado e com pastagens bem manejadas, os custos operacionais diminuem, mantendo alta eficiência de conversão alimentar.
5. Flexibilidade e adaptação regional
A TIP pode ser aplicada em diferentes épocas do ano e condições climáticas, funcionando em propriedades de variados portes.
6. Competitividade internacional
Produzir carne de qualidade com custos controlados e práticas ambientais certificadas fortalece a posição do Brasil nos mercados externos, aumentando a valorização do produto.
Grupo LPCD: liderança e inovação na TIP
O Grupo LPCD, com sede em Tangará da Serra (MT), administra 33.832 hectares, sendo 10.110 hectares destinados a pastagens de manejo intensivo, enquanto mais de 70% da área permanece preservada. Isso demonstra que é possível produzir em larga escala sem comprometer a conservação ambiental.
A empresa utiliza tecnologia de ponta para maximizar resultados:
- Ecossistema GA — gerencia todo o ciclo produtivo a pasto, do nascimento à desmama, incluindo controles sanitários e reprodutivos.
- TGC (Tecnologia de Gestão em Confinamentos) — otimiza dietas, gestão de insumos, leitura de cocho e acompanhamento individual dos animais.
- Equipamentos inteligentes — balanças eletrônicas e leitores de brincos conectam cada bovino aos sistemas, transformando-os em ativos de precisão.
Em 2024, foram abatidas 150.794 cabeças, com previsão de 203.539 em 2025 e meta de 300 mil em 2027, consolidando o Grupo como referência nacional e internacional em pecuária de alta performance.
Impacto socioambiental e tecnológico
A TIP demonstra que alta produtividade e responsabilidade socioambiental não são opostos, mas complementares. O manejo intensivo aliado à tecnologia gera produtividade elevada, carne de qualidade, redução do impacto ambiental e competitividade global.
Além disso, o modelo fortalece comunidades rurais e fomenta inovação, mostrando que dados, monitoramento e boas práticas podem transformar a pecuária em uma atividade sustentável e rentável.
Terminação Intensiva a Pasto: um modelo que antecipa o futuro da pecuária
O avanço da Terminação Intensiva a Pasto (TIP) no Brasil, liderado por operações como a do Grupo LPCD, indica um novo paradigma na pecuária: integração entre escala, sustentabilidade e inovação tecnológica. O modelo prova que é possível produzir mais, melhor e com menor impacto ambiental, consolidando o Brasil como referência global em carne bovina de alta qualidade.
A TIP não é apenas uma técnica de engorda: é uma estratégia de negócio, ambiental e tecnológica que redefine o futuro da pecuária brasileira.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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