
Os agricultores brasileiros devem enfrentar três grandes desafios nas próximas safras de grãos, mesmo sendo bem conhecidos é bom ficar atento
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) anunciou uma safra recorde na produção agrícola brasileira, com estimativas que superam 300 milhões de toneladas de grãos na temporada 2023/2024, impulsionada principalmente pelo desempenho da soja e do milho. Esse crescimento reflete a expansão das áreas cultivadas, o avanço tecnológico no campo e condições climáticas favoráveis em regiões-chave, consolidando o Brasil como um dos maiores produtores e exportadores de commodities do mundo.
No entanto, apesar do volume histórico, os produtores enfrentam desafios como a volatilidade dos preços internacionais e os custos elevados de insumos, que podem impactar a rentabilidade do setor. O resultado reforça a importância do planejamento estratégico e da adoção de práticas sustentáveis para manter a competitividade global do agronegócio brasileiro.
O agronegócio brasileiro, um dos pilares da economia nacional, enfrentará nos próximos anos desafios significativos que podem impactar diretamente a rentabilidade e a sustentabilidade da produção agrícola. Dentre os principais obstáculos, destacam-se a alta dos insumos agrícolas, a falta de chuvas e a volatilidade nos preços dos grãos. Esses fatores, combinados, exigirão dos produtores rurais estratégias inovadoras e gestão eficiente para mitigar riscos e manter a competitividade no mercado.

Alta dos insumos agrícolas
O custo de produção nas lavouras tem aumentado expressivamente devido à elevação nos preços de fertilizantes, defensivos e sementes. A guerra na Ucrânia, um dos principais fornecedores de fertilizantes para o Brasil, e a desvalorização do real frente ao dólar agravaram esse cenário. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), em 2023, os gastos com insumos subiram até 40% em algumas regiões.
Para reduzir a dependência de importações, os agricultores estão adotando alternativas como:
- Bioinsumos (fertilizantes orgânicos e controle biológico de pragas);
- Agricultura de precisão (uso de drones e sensores para otimizar aplicações);
- Rotação de culturas (para melhorar a saúde do solo e reduzir custos).
Apesar dessas iniciativas, a pressão financeira permanece, especialmente para pequenos e médios produtores.

Falta de chuvas e mudanças climáticas
A escassez de chuvas em regiões tradicionalmente produtivas, como o Centro-Oeste e o Sul do Brasil, tem preocupado os agricultores. O fenômeno La Niña, associado às mudanças climáticas, prolonga períodos de estiagem, afetando a produtividade de culturas como soja, milho e café. Em 2023, algumas áreas registraram perdas de até 30% na safra de grãos devido à seca.
Estratégias de adaptação incluem:
- Irrigação complementar (ainda limitada pelo alto custo energético);
- Cultivares mais tolerantes à seca (desenvolvidas por pesquisas da Embrapa);
- Monitoramento climático (uso de apps e estações meteorológicas).
A longo prazo, a adoção de práticas sustentáveis, como o plantio direto e a recuperação de pastagens, será essencial para garantir a resiliência dos sistemas agrícolas.
Queda e volatilidade nos Preços dos Grãos
Apesar da alta demanda global por alimentos, os preços de commodities como soja e milho têm oscilado devido a:
- Excesso de oferta em países concorrentes (EUA e Argentina);
- Redução das compras chinesas (maior importador mundial);
- Custos logísticos elevados (frete e portos).
Em 2023, a saca de soja chegou a valer 25% menos que no ano anterior, pressionando a margem de lucro dos produtores. Para se proteger, muitos estão:
- Diversificando culturas (ex.: integração lavoura-pecuária-floresta);
- Utilizando contratos futuros (hedge contra variações de preço);
- Buscando mercados alternativos (como venda direta para indústrias locais).
Os próximos ciclos agrícolas exigirão dos produtores rurais gestão financeira rigorosa, adoção de tecnologias e adaptação às mudanças climáticas. Apesar dos desafios, o setor tem demonstrado resiliência histórica, e soluções como parcerias com cooperativas, acesso a linhas de crédito rural (como o Plano Safra) e inovações em bioeconomia podem abrir caminhos para superar essas adversidades. O apoio de políticas públicas e investimentos em pesquisa será fundamental para garantir que o agronegócio brasileiro mantenha seu papel de destaque no cenário global.
Com informações de Embrapa, Aprosoja, Conab, Ministério da Agricultura.
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