Veja porque ‘só um’ modelo da Hilux sozinho faz tanto sucesso no Brasil

‘Só um modelo da Toyota Hilux vende mais que modelos da BMW e Mercedes somadas no Brasil’ – afirmação é do presidente da JAC Motors no Brasil

O executivo Sergio Habib, famoso por suas declarações e opiniões, atual representante da Jac Motors no Brasil e ex-presidente da Citroën, é famoso por suas falas polêmicas. Em uma recente participação ao podcast Você Na Roda, do jornalista João Anacleto, revelou alguns detalhes do mercado de carros de luxo no Brasil. O executivo disse durante o bate-papo que o Brasil é uma potência agrícola gigantesca.

Segundo Sergio o mercado de carros de luxo no Brasil é 1,8% do mercado total. “Vamos somar todas as marcas de luxo que são vendidas no país, a BMW no Brasil vende 11 mil carros, o que não é nada. A Mercedes vende 6 mil, a Audi vende 5 mil, e a Volvo vende 7 mil. Como eu estava falando para você, tem 3 países do mundo nos quais a Volvo vende mais do que a Mercedes ou Audi. O Brasil é um deles, a Inglaterra é outro, e a Suécia é outra. Ou seja, a operação deles aqui é muito boa. A Land Rover vende 4 mil carros, a Porsche vende 2.500. Eles têm uma operação super boa aqui no Brasil. Tudo isso aqui dá 1,8% do mercado brasileiro” – disse o executivo.

Sergio diz ao jornalista que o Brasil vende cerca de 60 mil picapes por ano acima de R$ 300 mil. “Ou seja, no Brasil se vendem 35 mil carros de marcas premium [todos os modelos juntos], e se vendem 60 mil picapes acima de 300 mil. Tem um modelo da Toyota Hilux que vende mais do que todas as BMWs e Mercedes somadas, a Toyota Hilux SRX” – destacou o Habib.

Para o executivo o mercado de luxo no Brasil não é Mercedes e BMW, e sim, picapes acima de R$ 300 mil. Ele ressalta que isso é resultado da pujança do agronegócio brasileiro, dizendo que o dinheiro está lá, referindo-se às regiões produtoras de grãos e proteína.

Porque o dinheiro não está nas cidades. O dinheiro está no interior, esse interior que faz esses bilhões e bilhões de dólares de exportação agrícola nossa. É lá que a gente é bom.” – celebrou Sergio.

Confira o trecho em que ele fala sobre o agronegócio brasileiro:

Os números estão do lado de Sergio Habib, recentemente o vice-presidente da RAM para a América do Sul, Breno Kamei, disse em entrevista a Forbes que até 2020, quando oferecíamos somente a 2500 [modelo da marca Dodge RAM], o agronegócio gerava cerca de 85% do nosso movimento. Você pode não ter notado, mas a marca norte-americana está por aqui, solitária no segmento, desde 2012. A fama só veio em 2021, com a chegada da 1500 Rebel e, na sequência, da Classic.

O sucesso da Ram, claro, sacudiu a concorrência. Em fevereiro – 14 meses após as 100 primeiras unidades da Ram 1500 Rebel se esgotarem em 18 horas –, a Ford lançou no mercado nacional a F-150, simplesmente o veículo mais vendido do mercado norte-americano há 41 anos e líder do seu segmento por 46. Novamente, o poder agronegócio foi determinante para a importação de uma picape quase impraticável nas cidades.

Foto: Divulgação

Marcel Bueno, diretor de Marketing da Ford América do Sul, revela que a empresa não analisou apenas a indústria automotiva, mas também o desempenho do agronegócio na economia. De acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Produto Interno Bruto (PIB) do setor teve uma expansão recorde de 24,31% em 2020, ampliando para 26,6% sua participação no PIB total do país.

Não por acaso, a região Centro-Oeste – epicentro do agronegócio brasileiro – responde por 34% das vendas da maior picape da Ford. “E não é apenas o fazendeiro que compra a F-150, mas o dentista, o médico e o advogado daquela região”, conta Bueno. O Sudeste (especialmente as cidades do interior) responde por 26% dos emplacamentos da bruta, seguido por Sul (22%), Norte (10%) e Nordeste (9%). O perfil do cliente, ainda de acordo com Bueno, é demarcado por homens com mais de 50 anos, empresários de classe alta e com mais de três carros na garagem.

Para atender esse cliente, a Ford solicitou à matriz uma mudança particular na F-150. “Geralmente as fazendas ficam a longas distâncias uma das outras. Por isso optamos pelo tanque de 136 litros, que entrega mais flexibilidade e tranquilidade ao consumidor, mesmo com um motor 5.0 V8 de 405 cv”, explica Bueno.

Toyota Hilux é hoje, a picape mais vendida no Brasil

A Toyota Hilux é hoje, a picape mais vendida no Brasil no seu segmento, de médias a diesel, atingindo um patamar de mais de 40% de market share nesse segmento. Apresentada pela primeira vez em março de 1968, no Japão, a Toyota iniciava, oficialmente, as vendas do modelo. A primeira Hilux era equipada com um motor de 1.5 litros com quatro cilindros em linha e 70 cv de potência.

O gerente-regional da Kurumá no Espírito Santo, Daniel Zanon, lembra que a empresa percebeu que havia uma demanda crescente por veículos capazes de suportar as condições adversas de uso em diversos ambientes, como zonas rurais, canteiros de obras e regiões com terrenos acidentados.

Após 55 anos desde o lançamento, a Hilux tem forte apelo e virou símbolo de robustez, segurança e confiabilidade. E a marca da Hilux sabe bem da importância desse produto no line-up e regularmente atualiza os itens de série, informou em nota: “Não à toa é a picape média a diesel mais vendida do país”.

Vivaldo Carvalho Jr., de 49 anos, é empresário no ramo do agronegócio e percorre os estados da Bahia e do Espírito Santo, de fazenda em fazenda, dirigindo a sua 10ª Hilux. Pelo menos é o que ele imagina que seja. “Eu até perdi a conta de quantos exemplares eu já tive. É certo que eu tenho desde 2006 e que eu compro a cada dois anos, em média. Este ano ainda pretendo comprar mais uma”, conta.

A única “picape cinco estrelas” em segurança pela Latin NCAP conta com sete airbags, freios ABS e uma estrutura mais robusta e vai além com o pacote Toyota Safety Sense que traz o assistente de pré-colisão, controle adaptativo de velocidade e o sistema de alerta de mudança de faixa.

Já são mais de 700 mil unidades comercializadas desde sua estreia no Brasil e alto índice de retenção de clientes. Ou seja, quem tem uma Hilux, volta à Hilux. A picape também foi considerada a “Melhor Compra 2022 – Picapes médias acima de R$ 250.000”, segundo a revista Quatro Rodas.

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