
Órgão antitruste uruguaio barra venda de três plantas da MBRF à Minerva, citando risco de concentração de mercado
A tentativa de transferência de três frigoríficos da MBRF (antiga Marfrig) para a Minerva no Uruguai foi oficialmente rejeitada pela autoridade antitruste local, a Coprodec. O negócio, avaliado em aproximadamente R$ 675 milhões, envolvia unidades nas cidades de San José, Salto e Colonia.
O veto tem como base preocupações com a concentração de mercado. Caso a operação fosse concluída, a Minerva passaria a controlar mais de 40% do abate de carne bovina no país, consolidando uma posição dominante no setor. Para contornar a questão, a Minerva chegou a sugerir a venda de uma das plantas para o grupo indiano Allana, mas a medida não convenceu os reguladores.
O episódio encerra um processo iniciado em agosto de 2023, quando a Marfrig anunciou a intenção de vender mais de uma dezena de frigoríficos à rival. Em agosto deste ano, a MBRF já havia declarado que o contrato expirou por descumprimento de prazos, enquanto a Minerva mantinha que o acordo ainda estava vigente. Com a decisão da Coprodec, a posição da MBRF se consolida.
A rejeição da operação também evidencia a relação conturbada entre as empresas. No Brasil, a Minerva havia contestado a fusão entre Marfrig e BRF junto ao Cade, atrasando a análise da operação. Apesar disso, o grupo liderado por Marcos Molina conseguiu aprovar a junção, resultando na criação da MBRF.
O valor estratégico das plantas uruguaias se intensificou diante das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre a carne brasileira. Com a operação, a MBRF, controladora da americana National Beef, poderia utilizar os frigoríficos no Uruguai para driblar a sobretaxa e manter competitividade no mercado externo.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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