
É a primeira vez que o maior navio do mundo para o transporte de animais faz escala no Rio Grande do Sul. O embarque deve terminar no domingo (13), mobilizando 150 pessoas por dia.
Começou nesta quinta-feira (10), com a previsão de terminar na próxima segunda-feira (14), o maior embarque de gado já realizado no porto de Rio Grande. São em torno de 25 mil animais que terão como destino a Turquia e o Líbano. Anteriormente, o recorde havia sido 20 mil cabeças que foram encaminhadas, em março deste ano, para a Jordânia.
A auditora fiscal agropecuária e integrante da equipe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que auxilia o atual embarque, Mariza Costa Moreira dos Santos, detalha que, no primeiro momento, estão sendo carregados animais maiores, com cerca de 400 quilos cada, para abate imediato no Líbano. Depois entram no navio bovinos menores, que pesam em torno de 250 quilos, para engorda na Turquia. “É uma ação diferenciada porque leva duas categorias de animais, engorda e abate imediato”, ressalta Mariza.
O embarque deve terminar no domingo (13), mobilizando 150 pessoas por dia. Do Rio Grande do Sul, o navio segue para a Turquia e o Líbano, países consumidores da carne produzida no estado. A viagem deve durar 20 dias.
A exportação do gado vivo é uma exigência dos países do Oriente Médio. Desde 2010, mais de 550 mil animais foram embarcados no porto de Rio Grande.
“Foi possível alcançarmos os parâmetros internacionais de qualidade para exportação. Realmente teve que ter muito planejamento. É extremamente rigoroso. É uma carne que ganha o mundo também por essa característica, que tem controle sanitário de alto padrão”, destaca Fernando Estima, superintendente dos Portos do RS.
Mais de 100 caminhões transportam os animais de três fazendas da região até o navio.
Devido à pandemia do coronavírus, o pessoal envolvido com o trabalho tem que usar EPIs de proteção, como máscaras, além disso os tripulantes não deverão desembarcar.
O superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima, acrescenta que a iniciativa está sendo desenvolvida em um dos maiores navios dedicados a essa atividade, o NV Nada, de bandeira panamenha, que pode carregar até 26 mil cabeças.O dirigente informa que o envio do gado está sendo feito por duas exportadoras, a Del Sur e a Euro, tendo como operadoras portuárias, respectivamente, as empresas Sagres e Vanzin.
A maior parte dos bovinos é proveniente de produtores gaúchos. Estima acrescenta que o embarque está sendo realizado na área do estaleiro Rio Grande, da Ecovix, porque ali se verifica mais profundidade, o que possibilita que navios de maior porte atraquem no local. Ele reforça que se trata de uma medida de caráter excepcional e experimental o uso dessa estrutura.
“Vamos fazer duas ou três operações dessas para firmar a possibilidade de sistematizar essa linha através de Rio Grande”, adianta.O estaleiro, que originalmente havia sido concebido para a construção de plataformas e navios de apoio à atividade petroleira, encontra-se sem demanda dessa área atualmente.
“Para o estaleiro, isso (embarque do gado) é importante, pois ajuda a dar outra atividade para o complexo”, argumenta o diretor operacional da Ecovix, Ricardo Ávila. Conforme Estima, as iniciativas do agronegócio no porto gaúcho não se restringirão à movimentação de gado.
O superintendente revela que nos próximos dias será assinado o acordo de implantação do terminal logístico para arroz, que ocupará a área que pertencia à Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).
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A unidade ficará sob responsabilidade da empresa ac.vita e terá uma capacidade estática de armazenamento de 53 mil toneladas, com previsão de movimentar de 500 mil a 600 mil toneladas ao ano do grão.
Estima acrescenta que o Ministério de Infraestrutura também concedeu a autorização para uma nova poligonal portuária (que define o terreno para o serviço de um porto organizado) que permitirá que o grupo CCGL expanda o seu terminal Termasa, o que implicará investimento de mais de R$ 600 milhões.
Outro empreendimento destacado pelo dirigente no porto é a conclusão do investimento da Yara no aprimoramento da sua unidade de fertilizantes.



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Embarcação adaptada
A operação acontece no cais do Estaleiro Rio Grande, que precisou ser adaptado. Cerca de 100 caminhões transportam os animais de três fazendas da região até o navio de 201 metros de comprimento e 32 metros de largura.
A embarcação atracou no estaleiro inaugurado há 10 anos para fabricar plataformas de exploração de petróleo da Petrobras. Sem encomendas, o terminal foi adaptado para o embarque inédito.
Toda operação está sendo acompanhada por fiscais do Ministério da Agricultura (Mapa). Cada animal possui um brinco, onde um chip foi instalado. É por meio dele que os fiscais monitoram as condições sanitárias.
Matéria publicada originalmente em setembro de 2020, faz parte da campanha #aconteceuem2020