Você conhece o skijoring? A adrenalina dos cowboys na neve; vídeo

Skijoring mistura coragem, velocidade e saltos radicais, levando cavalo e esquiador ao limite na neve.

Imagine a cena: um cavalo galopa em alta velocidade por uma pista coberta de neve, conduzido por um cavaleiro, enquanto um esquiador, preso a uma corda, enfrenta obstáculos, portões de slalom e saltos de até dois metros de altura. Esse é o skijoring, um esporte de inverno que une tradição, adrenalina e a parceria histórica entre humanos e animais. A prática, que nasceu como forma de transporte entre povos nórdicos, hoje se consolidou como espetáculo esportivo, especialmente em regiões geladas dos Estados Unidos.

No skijoring equestre, a equipe é composta por três elementos principais: um cavalo, um cavaleiro e um esquiador. Enquanto o cavalo é guiado pelo cavaleiro, o esquiador segura firme uma corda semelhante às utilizadas no esqui aquático. O objetivo é completar o percurso no menor tempo possível, desviando de obstáculos, atravessando portões e, em algumas provas, agarrando argolas posicionadas ao longo da pista. A velocidade impressiona: competidores chegam a atingir de 48 a 64 km/h, exigindo habilidade extrema e reflexos rápidos para manter o equilíbrio sobre os esquis.

A técnica lembra o esqui aquático, mas em terreno muito mais instável. O esquiador precisa controlar os esquis nas bordas, manter a proximidade do cavalo para não perder velocidade e ainda ter precisão para realizar manobras durante o trajeto. Não à toa, o esporte é considerado de alto risco e é um prato cheio para os fãs de adrenalina.

O termo “skijoring” vem de uma palavra norueguesa que significa literalmente “condução de esqui”. A prática tem origem no povo Sami, da Noruega, que utilizava renas para puxar pessoas com esquis como forma de transporte em regiões cobertas de neve. Com o tempo, a atividade foi adaptada para competições e chegou a integrar os Jogos Nórdicos no início do século XX, quando se popularizou pela Europa.

Foto: Divulgação

Após a Segunda Guerra Mundial, soldados americanos que haviam presenciado a modalidade no Velho Continente levaram-na de volta para os Estados Unidos. A partir daí, o esporte ganhou um novo estilo: incorporou elementos do rodeo cowboy e se transformou em uma atração típica de estados como Colorado, Utah, Wyoming e Minnesota.

Hoje, o skijoring é uma atração consolidada em algumas das regiões mais frias da América do Norte. Entre os eventos mais prestigiados estão:

  • Leadville, Colorado: considerado um dos campeonatos mais antigos e tradicionais dos EUA.
  • Heber Valley, Utah: sedia uma competição popular no Wasatch Event Center.
  • Wyoming: o Little Jennie Ranch, em Bondurant, é palco de grandes disputas.
  • Minnesota: o Canterbury Park, em Shakopee, atrai multidões para assistir ao espetáculo.
  • Skijor USA: organização responsável por listar eventos e divulgar o calendário da temporada de competições.

Nesses locais, é possível ver não apenas a performance dos atletas, mas também toda a atmosfera de festival que o esporte carrega, unindo cavaleiros, esquiadores e espectadores em celebrações cheias de energia.

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Embora o skijoring equestre seja a versão mais popular nos Estados Unidos, outras modalidades também existem. No skijoring com cães, por exemplo, o esquiador utiliza esquis cross-country e bastões, sendo puxado por um ou mais cães por meio de arreios. Há ainda versões modernas com motos de neve ou até veículos motorizados, mas nenhuma delas combina tão bem o espírito de tradição e adrenalina quanto o esqui a cavalo.

Além de desafiar os competidores, o skijoring é pensado para o espetáculo. Os circuitos permitem que o público fique próximo da pista, acompanhando de perto a velocidade dos cavalos, a destreza dos esquiadores e as manobras impressionantes nos saltos. Isso faz com que cada prova seja uma mistura de rodeio, corrida de esqui e show de inverno, atraindo não apenas atletas, mas também turistas em busca de experiências diferentes.

Para quem ficou curioso, a pronúncia correta é ski-jah-ring, com ênfase em “ski” e o “i” pronunciado como na palavra inglesa skit. Um detalhe que reforça as raízes escandinavas da prática.

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