Agricultor enfrenta tumor cerebral e recebe ajuda de vizinhos para manter cultivo em Caxias

Em um mutirão emocionante, vizinhos se unem para cuidar do parreiral de agricultor diagnosticado com um tumor, garantindo o sustento e a esperança da família na serra gaúcha

Em um gesto comovente de solidariedade, a comunidade de São José, na 4ª Légua de Caxias do Sul, uniu-se para apoiar o agricultor Jaime Matté, de 53 anos, e sua esposa, Elisabete. Recentemente, a família foi surpreendida por um diagnóstico desafiador: um tumor cerebral que afetou a fala de Jaime e sua capacidade de trabalho na propriedade que é o sustento do casal.

A descoberta da doença, um glioma de grau 2, ocorreu em junho, após Elisabete notar dificuldades na fala do marido, conforme mencionado no portal Gauchazh: “Começamos a perceber que uma palavra ou outra não saíam direito. Quando a situação se agravou, buscamos um neurologista. Um dia antes da consulta, ele travou enquanto trabalhava”, relatou a esposa. A condição de Jaime exigiu uma biópsia em uma área delicada do cérebro, e o tratamento com radioterapia, fisioterapia e fonoaudiologia demandaria a atenção integral da família.

Com o tratamento se aproximando, uma preocupação pairava sobre o casal: a poda de inverno de um hectare e meio de parreiral da variedade bordô, uma tarefa essencial para garantir a safra da primavera. Sozinhos, levariam quase vinte dias para concluir o trabalho, um tempo que não dispunham diante da nova realidade.

No entanto, a angústia da família foi acolhida pela força da comunidade. Em uma manhã de quinta-feira, cerca de cinquenta vizinhos e amigos chegaram à propriedade dos Matté. De forma voluntária e organizada, realizaram em poucas horas o trabalho que parecia monumental.

“Os vizinhos já sabiam da nossa situação. Enquanto estávamos no hospital, não precisávamos nem chamar ou pedir. Eles ligavam e diziam para não nos preocuparmos”, lembrou Elisabete, comovida com o apoio espontâneo.

Agricultor enfrenta tumor cerebral e recebe ajuda de vizinhos para manter cultivo em Caxias
Foto: Divulgação

Essa cultura de ajuda mútua é uma marca registrada da 4ª Légua. Alcides Basso, 56 anos, um dos agricultores presentes, já havia sido beneficiado por essa união quando uma ventania derrubou seus parreirais em uma safra passada e sessenta pessoas apareceram para reerguê-los. Naquela manhã, ele retribuía o espírito comunitário. “Todo mundo sabe o trabalho que dá e como tem que ser feito. Esse é o verdadeiro motivo da comunidade, são todos voluntários e quando vêm, vêm com tudo”, afirmou ele, destacando que o serviço foi concluído muito antes do esperado.

Para Odacir Pianegonda, 55 anos, amigo de infância de Jaime, o ato de ajudar transcende a tarefa em si. “Estar aqui faz bem para nós que estamos ajudando e faz bem também para ele, em saber que tem amigos que farão por ele”, refletiu. “É melhor ajudar do que ser ajudado, e sei que na próxima vez será ele a me ajudar.”

Com o parreiral podado e o sustento garantido, a família Matté pôde voltar suas energias para a recuperação de Jaime, amparada pela certeza de que, na adversidade, a força da comunidade é a colheita mais valiosa.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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