Água no ponto certo: bebedouro central ajuda o gado a engordar mais e gastar menos

A localização do bebedouro dentro da área de pastagem pode parecer um aspecto secundário, mas tem impacto direto no desempenho do rebanho e no retorno econômico da atividade

De acordo com especialistas, posicionar esse ponto bebedouro de água de forma estratégica melhora o aproveitamento do pasto, o bem-estar animal e ainda contribui para reduzir gastos na fazenda.

Conforme o programa Giro do Boi, o médico-veterinário Fernando Loureiro, especialista em sistemas de água para bovinos, destacou que a instalação do bebedouro deve ser feita, sempre que possível, no centro do piquete. Segundo ele, essa escolha simples garante maior equilíbrio no pastejo e facilita o acesso à hidratação, fator decisivo para o ganho de peso.

Raio ideal e comportamento do gado

Animais manejados em pasto tendem a se movimentar em torno de 300 a 400 metros do ponto de água. Quando o bebedouro está bem posicionado — ou seja, a distâncias inferiores a 750 metros — os bovinos distribuem melhor o pastejo, sem concentrar o uso do pasto em um só ponto. Já em áreas em que o bebedouro está mal localizado, é comum observar bordas subaproveitadas e regiões próximas ao ponto de água completamente degradadas, com excesso de pisoteio e pastejo excessivo.

A energia gasta pelo animal para caminhar longas distâncias até a água compromete diretamente seu desempenho. “O que deveria ser convertido em carne e gordura é desperdiçado em deslocamento”, resume Loureiro.

Diferentes sistemas, mesma necessidade

Em sistemas extensivos, o gado costuma ingerir água de três a quatro vezes ao dia. Já em sistemas mais intensivos, com piquetes menores e manejo rotacionado, esse número pode dobrar, chegando a sete ou oito vezes ao longo do dia. Nessas situações, o acesso fácil à água se torna ainda mais crítico.

Estudos e dados recentes de 2025 indicam que, em fazendas que adotaram o modelo de bebedouros centralizados, houve aumento médio de 9% no ganho de peso diário por animal. Além disso, observou-se uma economia de até 12% nos custos com suplementação, já que os bovinos aproveitam melhor os nutrientes quando mantêm hidratação constante e caminham menos.

Economia, eficiência e sanidade

Posicionar o bebedouro em local de fácil acesso também facilita o manejo diário. Com o rebanho se concentrando naturalmente em torno da água, torna-se mais simples observar o comportamento dos animais, identificar sinais de doenças e realizar manejos sanitários com maior agilidade. Isso contribui para a produtividade da fazenda como um todo.

Além disso, em propriedades que centralizaram o ponto de água, foi registrada uma redução no tempo dedicado à lida com o gado, otimizando a rotina no campo e melhorando os indicadores zootécnicos do rebanho.

Água no ponto certo: bebedouro central ajuda o gado a engordar mais e gastar menos
Detalhe de bovinos em bebedouro de pneu em área de pasto. Foto: Divulgação

O alerta do especialista

Improvisar na hora de instalar o bebedouro é um erro comum — e custoso. A água é o componente mais essencial da nutrição bovina, e negligenciar sua disponibilidade ou acessibilidade pode gerar impactos significativos no desempenho dos animais.

“Quando pensamos em otimizar a produção, não basta investir em genética ou nutrição. A infraestrutura básica, como o ponto de água, deve estar no centro das decisões”, finaliza Loureiro.

Em resumo, garantir que o gado tenha acesso rápido, frequente e facilitado à água dentro do pasto é uma medida simples, mas que faz toda a diferença na produtividade e na saúde do rebanho. Uma escolha técnica, baseada em ciência e manejo, que se traduz em lucro para o pecuarista.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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