Apagão do boi mantém arroba em patamar recorde

Os preços do boi gordo seguem com valorizações nas negociações da arroba diante de um dos maiores “apagões” de boiada pronta para o abate. Confira!

O mercado físico de boi gordo seguiu com preços firmes nesta última quarta-feira, 07, com valores em patamares recordes pelo país. Muitos negócios ainda são realizados acima da referência média, com destaque para o Centro-Oeste, onde animais jovens são mais valorizados neste momento com novilhas batendo R$ 305,00/@.

Os fatores que sustentam o movimento de alta são a exportação aquecida com ritmo acelerado, avanço do dólar aumentando as margens do exportadores e a oferta restrita de animais para abate deixando a safra com cara de entressafra.

Segundo a Scot Consultoria, em sua análise diária do mercado do boi gordo, a vaca e a novilha gordas estão cotadas em R$289,00/@ e R$305,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. 

Em relação as negociações para animais que atendem à demanda externa, os negócios ocorrem por volta de R$320,00/@, preço bruto e à vista. Em alguns casos pontuais, já ocorrem negociações com bonificações que, quando somadas, já acontecem no valor de R$ 330,00/@.

O indicador do boi gordo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), calculado com base nos preços praticados em São Paulo, renovou o recorde histórico pelo terceiro dia consecutivo.

A cotação variou 0,47% em relação ao dia anterior e passou de R$ 317,45 para R$ 318,95 por arroba. Com isso, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 19,39%. Em 12 meses, os preços alcançaram 58,68% de valorização. Mas ontem, 07, acabou fechando a R$ 316,30/@.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 317,01@, na quarta-feira (07/04), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 296,55/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 297,38/@.

O problema, pondera a IHS, é que os frigoríficos exportadores também têm dificuldades para encontrar animais terminados, e só conseguem adquirir bons lotes quando oferecem valores mais elevados aos detentores de boiadas.

Os frigoríficos ainda se deparam com dificuldades na composição de suas escalas de abate, posicionadas entre dois e quatro dias úteis.

“A tendência é que o volume de animais terminados seja mais expressivo a partir do mês de maio, período em que as pastagens tendem a apresentar queda da qualidade em função do clima seco, nesse ambiente os pecuaristas tendem a perder capacidade de retenção, período que costuma marcar o ápice da safra do boi gordo”, apontou o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Na B3, o dia foi de realização de lucros. O maio/21, contrato mais negociado do dia, fechou a R$ 313,00/@, desacelerando 0,62% na comparação diária.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 321 a arroba, ante R$ 320 na terça-feira, 6.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 301, ante R$ 300.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 307, contra R$ 306.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 306 a arroba, ante R$ 307,00.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 314, contra R$ 313.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. Conforme Iglesias, a tendência de curto prazo ainda remete a reajustes durante a primeira quinzena do mês, período que conta com maior apelo ao consumo.

Além da entrada dos salários na economia precisa ser considerada uma nova rodada do auxílio emergencial fomentando o consumo de produtos básicos. Na carne bovina a tendência é que esse adicional de recursos gere avanços mais consistentes nos preços do quarto dianteiro, que é mais acessível. O cerceamento das atividades de bares, restaurantes e de outros estabelecimentos é um fator importante a ser considerado, dificultando a venda das linhas premium dos frigoríficos.

Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 20,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,55 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,30 o quilo.

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