Arroba a R$ 225, fechando a semana com otimismo!

Indústria compra boi da mão para boca; Pressão continua e pecuarista segura ao máximo, buscando o retorno do movimento de valorização da arroba.

Os preços do boi gordo permaneceram firmes no mercado físico brasileiro nesta sexta-feira, 10. “Os frigoríficos seguem com escalas de abate curtas, enquanto a tentativa de realizar negócios com pecuaristas em patamares mais baixos não surtiu o efeito esperado”, diz o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

Segundo ele, permanece um maior otimismo em relação à demanda doméstica de carne bovina com a reabertura da economia em alguns estados, particularmente em São Paulo. “Evidente que a demanda não estará no mesmo patamar ao momento anterior à pandemia, mas de qualquer forma já será um avanço. Além disso, a demanda relacionada à exportação ainda é muito efetiva, com uma presença maciça da China no mercado de proteína animal”, afirma.

O app da Agrobrazil, no fechamento dessa sexta feira, trouxe um aumento na média para praça de São Paulo, fechando em R$ 220,65/@, com preços variando de R$ 217 a R$ 223.

Com destino ao mercado de exportação, o Boi China foi negociado em Araguari/MG, no valor de R$ 225/@ com 15 dias de prazo e abate para o dia 13 de julho. Já em Altinópolis/SP, o preço informado foi de R$ 223 à vista e abate para a data de 17 de julho, com desconto de R$ 10/@ para animais que não atenderem o padrão.

No mercado interno, os preços informados para Paulo de Faria/SP, foram de R$ 220/@ com prazo de 3 dias e abate para o dia 15 de julho. Já em Pompéia/SP, a Novilha Gorda foi negociada em R$ 218/@ à vista e abate para o dia 17 de julho.

O movimento de alta no mercado do boi gordo aparenta ter saturado, com os frigoríficos reduzindo as ofertas de preços e efetivando negociação em poucos lotes, relata a Agrifatto. Do outro lado da mesa, continua a consultoria, os pecuaristas seguram ao máximo as vendas, buscando, assim, retomar o movimento de valorização.

“Desta forma, o mercado do boi seguiu estável, com uma tendência de queda das cotações no horizonte”, informa a Agrifatto.

Diante da irregularidade das vendas dos cortes bovinos no atacado brasileiro, os frigoríficos tentam contingenciar a sua produção, com receio de provocar um excedente de oferta em seus estoques, consequentemente, perda de suas margens, observa a consultoria IHS Markit.

Ao mesmo tempo, a disponibilidade de boiada gorda segue bastante restrita nas regiões pecuárias do País, em função da lacuna de oferta entre o fim da entrada de boiada de pasto e a chegada de lotes do primeiro giro de confinamento. “As escalas de abate não se estendem por muitos dias, e negócios envolvendo grandes lotes de animais são realizados apenas em caso de necessidades mais urgentes”, relata a IHS Markit.

No entanto, os preços da arroba seguem em patamares elevados na comparação com os níveis praticados em anos anteriores. Em São Paulo, o animal terminado é negociado a R$ 225/@, a prazo e como valor máximo.

Por sua vez, as exportações de carne seguem como destaque neste momento de crise econômica e sanitária. Nas praças com maior representatividade das vendas de carne para exportação, boa parte dos pecuaristas consegue especular preços maiores pela arroba, já que as plantas que atendem ao mercado externo têm necessidade de manter os abates regulares, relata a IHS Markit.

Além da forte demanda asiática, sobretudo a chinesa, o dólar valorizado frente ao real mantém a carne brasileira competitiva no mercado internacional.

Giro pelas praças

Nesta sexta-feira, a arroba se fragilizou nas praças de Goiás e Minas Gerais. Nos dois Estados, as indústrias conseguiram estender as escalas de abate por um tempo maior e diminuíram o fluxo de aquisições na tentativa de emplacar preços menores em novos lotes de gado terminado, informa a IHS Markit.

No Norte do País, as cotações do boi gordo também cederam em algumas praças do Pará e do Tocantins.

No Rio Grande do Sul, os preços da boiada gorda subiram nesta sexta-feira, refletindo a oferta restrita de gado terminado, consequência da forte seca que atingiu o Estado no início deste ano e prejudicou a produção de diversas culturas.

Tal conjuntura tem dificultado o avanço das programações de abate dos frigoríficos do RS, que só conseguem efetuar novas compras de gado oferecendo valores mais altos.

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