Arroba bate R$ 233 e dispara com mercado pegando fogo

Preço da arroba segue com viés de alta, sustentado pela maior demanda e menor oferta de animais para abate, frigoríficos cedem e pagam mais pelo boi!

No movimento altista, o boi gordo está liderando, parece que o mercado não viu o limite de alta. Segundo acompanhamos, o movimento de menor oferta de animais para abate é o principal fator de sustentação nos preços atuais. Passamos por um período que, historicamente, teríamos maior oferta com um novo cenário de escassez de boiada.

A entrada de lotes provindos do primeiro giro do confinamento deve ocorrer de forma mais acentuada ao final de agosto, observa a IHS Markit. No entanto, diz a consultoria, esse acréscimo de oferta de animais de cocho “não deve emplacar maiores pressões baixistas, uma vez que as compras de boiada confinada tipicamente seguem preços balizados pelo indicador Cepea/B3 que, na parcial de agosto até o dia 12, registrou a maior média em termos reais de toda a série histórica iniciada em 1994, de R$ 226,97/@”.

Como não seria diferente, a semana já iniciou quebrando recordes. O preço da arroba em São Paulo, principal praça consumidora do país, já alcançou nova máxima, mostrando que os frigoríficos estão brigando pelo boi e o pecuarista está fazendo o dever de casa, colocando ainda mais “fogo no mercado”.

Segundo o aplicativo da Agrobrazil, foram informados negócios na casa de R$ 233/@, em Novo Horizonte/SP, com pagamento à vista e data de abate para o dia 25 de agosto. Escala curta nesse momento, com máximo de 7 dias.

Já em Ourinhos/SP, com destino ao mercado externo, tivemos registros de R$ 230/@ com prazo de 3 dias para pagamento e abate para o dia 21 de agosto. Em Pires do Rio/GO, a vaca gorda com destino ao mercado interno, o preço informado foi de R$ 220/@ com prazo de 30 dias e abate para o dia 20 de agosto.

Exportação bomba, demanda interna reage

Apesar dos patamares elevados praticados na arroba, os frigoríficos se mostraram ativos nas compras ao longo desta semana, com manutenção de abates regulares para atender tanto o consumo doméstico de proteínas, que demonstrou reação acima do esperado para a primeira quinzena do mês, quanto a demanda aquecida no mercado internacional, principalmente pela atuação da China.

Depois de registrar o maior valor já exportado para o mês de julho, há fortes indicativos de que os embarques brasileiros de carne bovina irão alcançaram novos patamares recordes em agosto, prevê a IHS Markit. Segundo dados da Secex, nos cinco primeiros dias úteis do mês, as exportações registraram média diária de 8,8 mil toneladas, avanço de 20% com relação ao mês anterior e aumento de 43% na comparação com o mesmo período em 2019.

No mercado interno, relata a consultoria IHS, depois de forte instabilidade registrada nos últimos meses, o consumo de proteínas parece retornar gradualmente aos níveis registrados antes de março, quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados no País.

“A flexibilização das quarentenas nos grandes centros urbanos e, principalmente, a reabertura de bares e restaurantes, devem manter o escoamento dos cortes bovinos das câmaras frigoríficas para os atacados em ritmos mais estáveis”, observa a IHS Markit.

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