Arroba do boi gordo perde força, mas ainda vale R$ 194

Arroba do boi gordo perde força com queda do consumo de carne bovina; Trata-se de um movimento típico de começo de ano, mas não é a tendência de mercado.

A referência para a arroba na praça paulista caiu pelo quinto dia consecutivo e fechou a última semana cotada em R$194,00, à vista, bruto, R$193,50, com desconto do Senar, e R$191,00 com desconto do Funrural e Senar. Queda de 2,5% desde o início da semana e 4,0% desde o início do ano.

Além das duas praças de São Paulo, a cotação do boi gordo caiu em outras sete praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria. Considerando a média das 32 regiões pesquisadas, a cotação da arroba caiu 0,1% na comparação feita dia a dia, e 0,9% ao longo da semana.

Diferente do cenário geral, a cotação do boi gordo no Maranhão fechou a semana em alta. A pouca oferta de animais terminados e a dificuldade em estabelecer as escalas de abate têm feito com que as indústrias ofertem preços acima da referência.

O boi casado de bovinos castrados caiu 12,7% desde o início do ano, apontando para o consumo devagar no mercado interno.

Movimento é natural, diz analista

A expectativa é que o mercado de carne bovina continue pressionado, lembrando de que a segunda quinzena do mês, é de normalmente um consumo menor, o que dá sustentação para o viés baixista.

Os preços da arroba do boi gordo perderam força neste começo de ano. De acordo com o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o movimento é natural. “O consumidor está descapitalizando, pois tem IPVA, IPTU, despesas escolares etc, o que deixa o consumo de carne retraído e faz o frigorífico mudar sua postura de compra”, diz.

Iglesias destaca que, no entanto, esta não é a tendência para 2020. “Mesmo caindo, continua bem acima do que era praticado no mesmo período do ano passado. No interior paulista, ainda temos negócios a R$ 200. Em 2019, estava em R$ 150”, afirma.

No período de safra, os preços da arroba do boi não devem contar com grande sustentação, mas durante a entressafra, no segundo semestre, ficarão mais acentuados, projeta o especialista.

Tensão no Oriente Médio

Para o analista da Safras, o Brasil precisa ficar neutro ante a briga entre Estados Unidos e Irã, pois o país do Oriente Médio é importador relevante, tendo comprado 88 mil toneladas de carne bovina no ano passado.

“Mas, de qualquer forma, o produto brasileiro está muito demandado. A tendência é de que as exportações sigam muito positivas, principalmente para a China, o que dá sustentação”, diz.

Compre Rural com informações da Scot Consultoria e Canal Rural

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