Arroba segue no estradão da baixa e boi ganha “férias”

Os preços ofertados seguem uma trajetória baixista e essa posição adotada pelos frigoríficos tem tirado os pecuaristas das negociações, travando o mercado!

O mercado físico de boi gordo teve um dia travado de negócios apresentando, nas principais praças pecuárias, movimentos de baixas mais intensos e generalizados. Segundo o levantamento da Equipe do Compre Rural, observou-se uma nova retração de quase R$ 5/@ em algumas praças. O pecuarista prefere se retirar das vendas e aguardar novas ofertas.

Segundo a Scot Consultoria, em sua análise diária, na quarta-feira, as indústrias amanheceram ofertando menos pela arroba, travando o mercado novamente. Apesar de conseguirem alguns negócios nos preços atuais, o mercado do boi gordo encontra-se “parado”, com nenhum dos dois lados satisfeitos, ressalta a Scot.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 251,13/@, na quarta-feira (16/12), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 249,95@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 245,23/@.

Outro ponto que chama atenção, segundo os dados do app, é a cotação do boi gordo no mundo, o Brasil apresenta uma desvalorização nos últimos dias, acompanhando o dólar, fechando o dia de ontem cotado a U$ 49,93, ocupando a quarta posição entre os sete principais produtores e exportadores.

Segundo a Scot Consultoria, o boi gordo segue apregoado em São Paulo em R$257,00/@, preço bruto e à vista, R$256,50/@, descontado Senar e R$253,00/@ descontado Senar e Funrural. A arroba do boi gordo, em um mês, caiu R$32,50/@, ou seja, 11,4%. 

Segundo a IHS, muitas unidades de abate estão operando com 50% (ou até abaixo disso) de sua capacidade instalada, e também existem algumas plantas que decidiram paralisar temporariamente as suas atividades, antecipando o período de manutenção das fábricas, informa a IHS.

“Paralelamente, aqueles pecuaristas que ainda possuíam algum lote remanescente no cocho e aguardava firmeza na arroga devido à típica demanda de final de ano acabaram liquidando tais ofertas temendo reduções ainda maiores em suas margens”, observa a IHS, acrescentando que os produtores estão preocupados com os elevados custos com alimentação animal.

Boi futuro e mercado spot

Cenário parecido no mercado spot de boi de gordo, pouca movimentação e um número reduzido de negociações são realizadas, visto que os participantes do mercado já começaram a se afastar das compras para o recesso de final de ano. Na B3, o dia encerrou positivo, com o dezembro/20 avançando 0,53% ante a véspera, fechando o dia a R$ 255,65/@.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, para animais destinados ao mercado doméstico indicação de compra a partir de R$ 245 à vista e 250 a prazo.
  • Em Minas Gerais, os preços se mantiveram estáveis na região de Uberlândia a indicação de comprador posicionado a R$ 253 à vista.
  • Em Goiânia (GO), indicação de comprador em R$ 247 a prazo.
  • No Mato Grosso do Sul, os preços não apresentaram mudanças. Em Campo Grande, indicação de comprador a R$ 244 a prazo e em Dourados a arroba é precificada a R$ 245 a prazo.
  • Em Cuiabá, no Mato Grosso, indicação de comprador em R$ 246 a prazo.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina caíram. Conforme Maia, a queda é reflexo do escoamento aquém do esperado para este período de ano.

“Apesar da recente queda, o consumidor permanece saturado e não consegue absorver os preços muito mais altos, ainda mais em um ambiente econômico adverso, e acaba optando por produtos substitutos mais acessíveis, especialmente a carne de frango”, diz Maia.

Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 18,90 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 14,60 o quilo com queda diária de 20 centavos, e a ponta de agulha caiu de R$ 14,80 o quilo para R$ 14,60 o quilo.

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