Os preços praticados pela arroba voltaram a encostar no patamar recorde de junho, enquanto a indústria tenta estratégias para frear o movimento de alta!
O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta terça-feira, 06, a depender da praça pecuária avaliada. As indústrias frigoríficas ainda tentam realizar negócios abaixo da referência média, consequência de uma ‘falsa’ posição mais confortável em suas escalas de abate, posicionadas entre quatro e cinco dias úteis.
No entanto, não consegue concluir essas negociações, já que ocorre uma baixa aderência do pecuarista. Esse, por sua vez, segue de olho nos preços da reposição e do mercado de insumos, já que o custo de produção segue elevado e as relações de troca estão defasadas neste momento.
Segundo a Scot Consultoria, as escalas atendendo a semana, mantiveram os preços estáveis no comparativo diário. Dessa forma, boi, vaca e novilha estão sendo negociados em R$317,00/@, R$294,00/@ e R$310,00/@, nesta ordem, preços brutos e a prazo.
Entretanto, em relação ao Boi China, este segue sendo negociado em até R$325,00/@, preço bruto e a vista. Em algumas negociações, os preços pagos à mais pelos animais de até 30 meses de idade, chegam a R$ 10,00/@.
O indicador do boi gordo do Cepea teve uma forte valorização de 1,66%, alcançando o patamar de R$ 319,65. Além disso, segundo a análise do Indicador, os preços tiveram uma valorização de R$ 87,64/@, o que representa uma alta acumulada de cerca de 46% no período de 12 meses.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 315,51/@, na terça-feira (06/07), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 304,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 313,17/@.
Em relação à China, persistem as incertezas no mercado. O governo chinês assumirá uma postura mais controladora em relação à divulgação de dados, ou seja, o acesso à informação que já é complicada se tornará ainda mais restrita.
“As informações no geral são desencontradas, com agências de notícias apontando para um surto descontrolado da Peste Suína Africana, ainda sem a confirmação da FAO ou da OIE. De concreto apenas a consistente queda dos preços no mercado local”, assinalou o analista da Safras&Mercado.
Na B3, o contrato com vencimento em outubro/21 fechou mais um dia em alta, cotado a R$ 322,65/@, valorizando 0,64 % no comparativo diário.
No mercado atacadista da carne bovina, as expectativas de valorização para a carcaça casada bovina seguem firmes por parte dos frigoríficos. O feriado paulista do dia 09 de julho deve antecipar as negociações para entregas na próxima semana, paira sobre o mercado a expectativa de que a carcaça casada sofra reajustes para cima, a definição das cotações deve acontecer entre hoje e amanhã. Por enquanto, os preços nominais permanecem nos R$ 19,60/kg.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 320,00, na modalidade à prazo.
- Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 305,00.
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 313,00, inalterada.
- Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 309,00, inalterada.
- Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 316,00 a arroba.
Cenários possíveis para 2021
Diante das possibilidades de indicadores destacados anteriormente, desenhamos alguns cenários que podem levar o preço do boi gordo a caminhos diferentes no 2º semestre de 2021. Em um cenário realista, em que os preços podem chegar aos R$ 350,00/@ até o fim de 2021, visualizamos a produção em queda em linha com os números atuais, em conjunto com um mercado interno em recuperação e, mesmo com as exportações contraindo, o preço teria capacidade de valorizar até o final do ano.
Considerando um cenário otimista para os preços do boi gordo, em que esses poderiam variar entre R$ 350- 380,00/@, a produção teria que recuar de maneira ainda mais intensa em conjunto com uma recuperação mais acelerada da demanda interna, bem como exportações estáveis em relação ao volume de 2020.
Por fim, o cenário mais conservador considera preços vigorantes próximos ao range de R$ 320-330/@, limitados por uma produção maior no segundo semestre, causada por aumento do número de animais confinados, combinada ainda a exportações e demanda interna reduzidas, levando a maior estoque do produto internamente.
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Atacado
Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. “O ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade do movimento de alta no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre atacado e varejo. A carne de frango ainda dispõe da predileção do consumidor médio, avaliando a situação macroeconômica de momento”, disse Iglesias.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,75 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,40 o quilo.