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Até ladrão está reclamando das lavouras de milho, vídeo

Vídeo divulgado nas redes socais causa grande revolta e mostra o quanto o ladrão é “cara-de-pau”, mas ele está certo ao dizer que as lavouras não desenvolveram neste ano!

Uma coisa é certa, a situação das lavouras está complicada nesta safrinha que teve diversos fatores atuando contra o agricultor. Tudo começou com o atraso no plantio, com janela de desenvolvimento fora do ideal. Outro fator que teve grande influência foram as chuvas que, quando não acontecem em determinadas épocas, acabam prejudicando o enchimento dos grãos.

Nossa análise aqui traz alguns assuntos como um vídeo que surgiu nas redes socais e nos causa grande revolta. Nele é possível ver um ladrão de milho indignado quanto ao desenvolvimento das espigas que foram roubadas de uma lavoura a beira da estrada. Confira abaixo!

Pois bem, como se não bastasse o cara roubar um produtor rural que está ali no campo fazendo um trabalho árduo todos os dias, ele ainda reclama que as espigas não estão boas, que não desenvolveram e cobra atitudes para que isso não volte a ocorrer.

Diante dos fatos, pedimos ajuda para identificar o autor do vídeo e que ele seja cobrado pelos danos causados ao agricultor. Além disso, precisamos ressaltar que isso é crime e, caso seja pego em flagrante, a pessoa pode ir presa e responder por furto e danos a propriedade.

Mas afinal, o que aconteceu com a tão esperada safrinha do milho?

O milho safrinha está sofrendo os efeitos do longo período de déficit hídrico, de janeiro a maio de 2021, nos principais estados produtores brasileiros: São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Nas regiões produtoras paulistas, concentradas nos municípios de Assis, Pedrinhas Paulista, Votuporanga, Guaíra e Capão Bonito, nesse período e em alguns desses locais, choveu 1/3 do esperado.

De acordo com Angelica Prela Pantano, pesquisadora do IAC, as lavouras implantadas mais cedo já têm nítido comprometimento do potencial produtivo, sendo possível observar o baixo desenvolvimento vegetativo no campo. “As mais tardias, que poderiam se beneficiar das chuvas vindouras, esperadas no final de maio, também já começam a sentir, pois a chuva aguardada não veio em volume suficiente para suprir as necessidades da cultura em algumas regiões de cultivo”, diz a pesquisadora.

No momento do plantio, a umidade do solo era adequada. Mas, no início de abril as chuvas já foram mais escassas e a deficiência hídrica acentuou ainda mais em maio, quando houve muitos dias sem chuvas. Em Assis e Pedrinhas Paulista, por exemplo, praticamente não choveu em abril.

lavoura de milho secando devido estiagem no sul
Foto: Divulgação

“Decorridos 60 a 90 dias, a maioria das lavouras está no estádio de florescimento e enchimento de grãos, que são fases críticas para o desenvolvimento de plantas e a definição da produtividade”, afirma o pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), Aildson Pereira Duarte.

“Em algumas lavouras e dependendo do híbrido, houve comprometimento da polinização pela falta de pólen para fertilizar as anteras receptivas da espiga, ou “cabelo” do milho. Mesmo quando houve polinização, a tendência é que os grãos da ponta da espiga fiquem chochos e os demais com peso reduzido“, adianta Duarte.

Milho no campo experimental da Embrapa Agrossilvipastoril
Foto: Keyle Barbosa de Menezes / Embrapa

Tecnologias adequadas melhoram a tolerância à seca

O Instituto Agronômico (IAC) disponibiliza tecnologias que auxiliam a cultura a tolerar a seca. Duarte orienta que o adequado manejo do solo e o uso de cultivares tolerantes à seca estão contribuindo para reduzir as perdas de produtividade pela deficiência hídrica.

“É nítida a diferença do efeito da seca entre cultivares de ciclos semelhantes e entre lavouras vizinhas implantadas na mesma época. Destaca-se o bom aspecto visual do milho safrinha nas áreas com rotação culturas e/ou histórico de plantas de cobertura em anos anteriores, relata o pesquisador.

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