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Bezerro acima de R$ 16,00/kg faz produtor “fugir” da praça

Com os preços da arroba derretendo diante da pressão dos frigoríficos, os pecuaristas recriadores estão “fugindo” da reposição com preço elevado!

Em um momento de grandes incertezas no mercado do boi gordo, os preços ainda elevados da reposição, tem feito os pecuaristas recriadores a se afastar do mercado. Sendo assim, o mercado apresentou uma baixa fluidez nas negociações ao longo do mês de outubro. Do outro lado, o pecuarista da cria acumula um alto custo de produção dos animais, já que o custo com nutrição atingiu seus maiores patamares.

Dados do Cepea mostram que a atual relação de troca de arrobas de boi gordo por animais de reposição atingiu o momento mais desfavorável ao pecuarista recriador, considerando-se toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2000, no caso do bezerro.

Quando consideradas as médias mensais deflacionadas pelo IGP-DI (base setembro/21), o pecuarista de São Paulo precisa, considerando outubro, de 10,17 arrobas de boi gordo para a compra de um animal de reposição no mercado sul-mato-grossense, sendo 8,4% a mais que no mês anterior, 16,8% acima do necessário em outubro de 2020, além de ser a maior quantidade já registrada pelo Cepea.

Como comparação, a média da relação de troca do Cepea é de 7,69@ de boi gordo paulista para um animal de reposição de Mato Grosso do Sul. O cenário se complicou, o fechamento do mês (29), trouxe uma média de R$ 2.768,91, ou seja, o valor do bezerro sul mato-grossense é de R$ 13,58 por quilo. Uma variação mensal negativa de -0,23%.

Segundo a Scot Consultoria, a pressão de baixa do boi gordo continua afastando os recriadores das negociações e fazendo ceder os preços da reposição, mesmo que compassadamente. Os valores apontam que os preços praticados para as quatro categorias são elevados frente ao valor da arroba.

Segundo os dados divulgados pela Agrobrazil, o valor dos animais encerrou o mês de outubro com preços praticamente estáveis. A região do Centro-Oeste, foi a que apresentou maiores valores médios para a categoria dos machos, sendo a máxima de R$ 16,07/kg no estado do Mato Grosso. Já o animal paulista segue valorizado a R$ 13,76/kg.

Já a categoria das fêmeas, conforme a tabela acima, apontou para um mercado com pouco movimentação durante o mês. Os pecuaristas seguem retendo esses animais, pensando na reposição dos seus rebanhos e ou utilização para o ciclo completo, atividade que tem sido utilizada por muitos pecuaristas para “fugir” dos preços altos da reposição.

Ainda segundo a Scot Consultoria, a relação de troca é extremamente desfavorável para o pecuarista da recria. Confira abaixo alguns valores praticados nas praças paulistas:

  • Boi Magro: R$ 3.600,00; Com uma relação de troca de 1,36
  • Garrote: R$ 3.300,00; Com uma relação de troca de 1,49
  • Bezerro: R$ 2.800,00; Com uma relação de troca de 1,75
  • Desmama: R$ 2.600,00; Com uma relação de troca de 1,89

Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado às recentes fortes quedas nos preços da arroba bovina, diante da continuidade da suspensão dos envios de carne à China e da entrada de animais de confinamento no spot nacional.

Além disso, os valores dos animais de reposição seguem relativamente firmes em muitas praças acompanhadas pelo Cepea, reforçando a piora na relação de troca do recriador.

Comprar ou não a reposição?

O momento requer cautela para que não seja, ainda mais prejudicado as margens de lucro da atividade, tendo em vista a piora na relação de troca do momento. Ainda dentro desse planejamento, é complicado realizar uma gestão de risco, tendo vários fatores intrínsecos e difíceis de serem avaliados no momento.

Além disso, o alto custo de produção, com uma possível falta de insumos para a próxima safra, pode trazer uma elevação ainda maior no custo com a dieta desses animais. Entretanto, é preciso pontuar que a retomada econômica esperada para o ano seguinte, pode trazer um avanço no consumo interno e uma possível melhora no mercado do boi gordo no primeiro trimestre do ano.

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