Bezerro bate R$ 16,70/kg e deve causar prejuízo, alerta!

Segundo levantamento, nos últimos seis meses o boi gordo acumula alta de R$30 @ e bezerro R$ 477 por cabeça. Custos de produção disparam e acende o alerta!

O mercado brasileiro de reposição voltou a registrar maior volume de negócios, envolvendo praticamente todas as categorias ofertadas – não apenas nos animais mais velhos. Segundo o levantamento realizado pelo Compre Rural, os avanços dos preços da reposição seguem acompanhando o mercado do boi gordo.

Entretanto, é preciso salientar que os maiores patamares de preços da arroba não refletem, necessariamente, em uma melhor margem de lucro para o pecuarista da terminação. Enquanto o preço da arroba subiu cerca de R$ 30,00/@ no primeiro semestre, os preços do bezerro já dispararam em quase R$ 500,00 por cabeça no mesmo período!

“A demanda já mostra consistência no mercado, por conta da queda nos preços dos grãos (milho e soja) no Brasil e no mundo, o que deve reduzir de maneira significativa os elevados custos com nutrição animal”, relata a IHS. Mas é preciso ficar atento as margens, já que os preços da arroba do boi gordo no mercado futuro também tiveram reajustes negativos!

O implemento da capacidade instalada nos boitéis leva os grandes players do mercado a buscar animais antecipadamente para compor as novas vagas. Apesar dos boteis do Centro-Oeste e Sudeste já relatarem superlotação, a expansão da capacidade instalada atrai a atenção dos invernistas.

Na categoria dos bezerros, foram observados avanços significativos nos últimos meses, com valorização de R$ 477/cab, segundo os preços médios nas principais praças pecuárias. Já o Indicador do Cepea, acumula uma alta de R$ 839,00/cab nos últimos doze meses, trazendo um desgaste no poder de compra do pecuarista terminador.

Conforme os dados informados no aplicativo da Agrobrazil, os preços dos bezerros seguem em queda, quebrando um cenário de alta que se estendia desde janeiro. Sendo assim, o preço médio por quilo do animal fechou em R$ 14,63/kg frente a média R$ 16,74/kg de maio.

Um ponto que chama atenção é que o valor por cabeça segue praticamente estável, mas os animais estão sendo negociados com maior peso, o que acaba influenciando no valor por quilo do bezerro.

No entanto, os preços dos animais de reposição, apesar do descompasso entre compradores e vendedores, continuam firmes, em patamares bastante altos. Para se ter uma ideia, segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, nas praças paulistas os valores seguem da seguinte forma:

  • Boi Magro: R$ 4.400,00/cab – R$ 366,70/kg
  • Garrote: R$ 3.850,00/cab – R$ 405,30/@g
  • Bezerro: R$ 3.300,00/cab – R$ 14,70/kg
  • Desmama: R$ 3.000,00/cab – R$ 16,70/kg

Relação de troca despenca e acende sinal vermelho

Os preços do boi gordo subiram em relação as semanas anteriores, mas não quer dizer que o pecuarista está com melhores margens na atividade. Pelo contrário, o poder de compra e a relação de troca frente aos insumos vem decaindo e tem muito pecuarista que pode tomar prejuízo ao longo deste ano, principalmente no segundo semestre!

E a situação pode piorar, caso a escalada da inflação (IGP-DI) permaneça e o preço negociado atualmente na B3 para outubro/21 (R$ 321,50/@) se consolide, teremos o pior ano para a evolução do preço da arroba do boi gordo desde 2012.

Para o pecuarista manter o mesmo poder de compra de janeiro de 2021, estima-se que o preço do boi deveria ficar acima dos R$ 345,00/@ em outubro/21. A pressão positiva nos preços da reposição trouxe negociações de animais jovens vendidos a R$ 20,00/kg e gado magro com preços de R$ 330,00/@.

Categoria erada

A categoria mais procurada segue sendo o boi magro, entre 18 e 26 meses, que chega ao cocho com mais de 12 arrobas e tem melhor giro de caixa. Nesse contexto, foi possível registrar variações mistas dos níveis de preços de todas as categorias, em diversas praças pecuárias do Brasil.

No balanço desta semana, na média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados pesquisadas pela Scot Consultoria, as cotações registraram estabilidade.

Por sua vez, no acumulado dos últimos 12 meses, as altas nos preços da reposição são puxadas pelas fêmeas. Considerando a média de todas as categorias e estados monitorados, a valorização das fêmeas foi de 68,2%, frente à 58,9% da média das categorias dos machos anelorados.

Para a próxima semana, prevê a Scot, o início de mês pode trazer mais firmeza para o mercado do boi gordo e, com isso, aumentar a busca pela reposição. Além disso, a oferta deve se manter baixa, dando sustentação às cotações dos animais para reposição, acrescenta a consultoria.

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