Os preços da reposição voltaram a apresentar desvalorização no mês de agosto; Destaque para a categoria dos bezerros que recuou quase R$ 100,00/cab!
O mercado da reposição, de forma geral, apresentou pouco avanço no volume de negócios realizados ao longo dos últimos dias de Agosto. O mês foi marcado por uma desvalorização nos preços da arroba do boi gordo, o que impactou fortemente nas negociações no mercado da reposição pelas principais praças pecuárias do país.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na média de todos os estados monitorados, entre machos e fêmeas anelorados e mestiços, a queda foi de 1,1% nos últimos sete dias. Já ao longo de agosto a desvalorização foi de 2,0%. Esse cenário mais frouxo é explicado pela entressafra e altos preços dos insumos.
Do lado da reposição, a piora na qualidade das pastagens somada aos altos preços dos insumos não permitem que os pecuaristas da cria consigam pressionar os preços. Nessa mesma atoada, os compradores buscam animais mais erados, afim de evitar os altos custos com a fase de recria destes animais.
A reação da demanda indica que os pisos de preços para animais jovens se encontram entre R$ 2.600 a R$ 2.800 por cabeça, um recuo de quase R$ 100,00/cab no Indicador do Bezerro/CEPEA, quando avaliado os preços dos últimos 30 dias. Sendo assim, os valores da categoria já somam uma queda de 3,22%.
Já segundo a Scot Consultoria, os preços apresentaram uma desvalorização ainda maior para a categoria dos bezerros Nelore desmamado, onde os preços voltaram ao patamar de R$ 12,90/kg, ou seja, R$ 2.900,00/cab. As demais categorias, Boi Magro e Garrote, valem R$ 3950,00 e R$ 3500,00, respectivamente.
Segundo os dados divulgados pela Agrobrazil, em seu relatório mensal, é possível observar que os preços seguem em desvalorização na maior parte das praças pecuárias pelo país. A única praça que foi verificada valorização do animal é Goiás, onde o animal segue apregoado a R$ 15,00/kg.
Já na praça paulista, os preços seguem abaixo da média observado em Julho. Outro ponto que chama atenção é o baixo volume de negociações em algumas regiões, o que impossibilitou até a formação das médias.
Alento
A procura e acordos com frigoríficos e boiteis que, impulsionam o mercado de reposição, para as categorias que serão ofertadas no primeiro trimestre de 2022. Sendo assim, é possível absorver os atuais patamares de preços da nutrição para os animais.
Pecuária irá viver um “apagão” de bezerros, alerta!
O uso e adoção da inseminação artificial no gado de corte no Brasil nunca foi tão expressivo quanto nos últimos anos. Mas, mesmo assim, o país deverá reviver o “apagão” de bezerros!
No entanto, apesar do grande avanço desse mercado, o que deve promover uma maciça oferta de bezerros nos próximos anos, o presidente da entidade, o engenheiro agrônomo Márcio Nery, ainda prevê que a oferta de animais de reposição ainda deverá ser restrita, mantendo aquecido a valorização dos preços de bezerros e boi gordo pelo País.
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“Pode ser que em 2022 mais fêmeas comecem a entrar em produção, ou seja, teremos uma renovação de fêmeas em 2022 e talvez em 2023 a gente pode ter um aumento de produção de bezerros. Isso porque a pecuária pode crescer com a integração lavoura-pecuária assumindo também o papel de compradores desses bezerros. Então, o aumento da produção de bezerros desmamados de machos e fêmeas continue a não ser suficiente por conta da demanda internacional e nacional”, explica Nery em entrevista ao Portal DBO.
Fatores que apontam para uma redução no volume de bezerros:
- Aumento no abate de matrizes no passado;
- Baixo volume de retenção de fêmeas no ano de 2020;
- Aumento dos custos de produção;
- Eventos climáticos impactando negativamente na oferta de pastagens;
- Estabilidade nos preços da arroba nos últimos meses, reduzindo a necessidade e poder de compra do pecuarista da recria/terminação.