Boi gordo despenca R$ 10,00/@ com “saída” da China

Os preços voltaram a sentir o impacto do silêncio da China, com indústrias pressionando e pecuaristas amargando prejuízos com alta do custo de produção!

O mercado físico de boi gordo registrou preços predominantemente mais baixos nesta quarta-feira, 29, na maioria das praças pecuárias de produção e comercialização. As indústrias estão pressionando o mercado no campo, tendo em vista que o pecuarista segue com dificuldades de barganhar os valores ofertados, já que a alta dos custos da diária tem dificultado a permanência dos animais nos confinamentos. Preço deve continuar recuando até a definição da China!

As indústrias frigoríficas conseguiram preços melhores para as boiadas, com um cenário bastante complicado em relação ao embargo voluntário do Brasil em relação à exportação para a China, sem qualquer perspectiva de retomada dos embarques, apontou a Agência Safras.

A Scot Consultoria apontou que a cotação do boi gordo caiu nas praças pecuárias brasileiras. Em São Paulo, na comparação feita dia a dia a cotação do boi gordo e da novilha gorda caiu R$2,00/@. Assim, boi, vaca e novilha gordos estão sendo negociados, respectivamente, em R$295,00/@, R$277,00/@ e R$293,00/@, preços brutos e a prazo. 

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 288,33/@, na quarta-feira (29/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 278,60/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 287,62/@.

Ainda segundo as informações do app, a média móvel da praça paulista teve um recuo de R$ 10,19/@, o que representa uma grande preocupação em relação as margens dos pecuaristas. Ainda segundo a Agrobrazil, no Mato Grosso, a vaca gorda atingiu o menor patamar dos últimos meses, sendo negociada a R$ 260,00/@.

O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (mercado paulista) chegou a bater na casa dos R$ 317,30/@ nos últimos 30 dias de operação do mercado. Entretanto, em uma grande variação negativa na comparação mensal, o fechamento da quarta-feira um recuo de 5,93%, levando o valor a atingir a cotação de R$ 294,80/@.

Indo em movimento contrário do que geralmente acontece na virada do mês, o mercado físico do boi gordo em São Paulo cedeu à pressão baixista. Devido a paralisação temporária de algumas indústrias frigoríficas, a desvalorização do boi gordo se intensificou.

Com isso, as negociações se concretizaram na faixa de R$ 290,00/@. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para outubro/21 fechou cotado a R$ 292,85/@, recuando -1,55%.

Com a China celebrando a partir da sexta-feira, primeiro de outubro, a chamada “Golden Week”, festividade nacional que se prolonga por até oito dias, provavelmente uma resposta do gigante asiático a toda a vasta documentação elaborada pelas autoridades brasileiras esclarecendo os casos de vaca louca no rebanho do Brasil não será dada ainda no início do próximo mês.

Rebanho bovino em crescimento

O rebanho bovino cresceu pelo segundo ano consecutivo em 2020, após dois anos seguidos em queda, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada hoje (29) pelo IBGE.

No caso dos bovinos, a alta de 1,5% garantiu a marca de 218,2 milhões de cabeças de gado, segundo maior rebanho da série histórica iniciada em 1974. A alta do preço do boi gordo, do bezerro e o crescimento nas exportações de carne contribuíram para o aumento do rebanho no ano, já que o produto esteve mais valorizado.

“Havíamos passado por um período de abate de fêmeas gerando uma redução no número de animais e bezerros e isso fez com que o preço da arroba subisse. Hoje estamos num cenário de retenção de fêmeas, que, em vez de irem para o abate, são utilizadas para gerar novos animais, recompondo o rebanho”, explica Mariana Oliveira, supervisora da PPM

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 298 na modalidade à prazo, ante R$ 302 a R$ 303 ontem.
  • Em Goiânia (GO), a arroba caiu de R$ 287 para R$ 285.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 298, contra R$ 301 a R$ 302 na terça-feira.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283, estável.
  • Em Uberaba (MG), preços a R$ 299 a arroba, contra R$ 300 a arroba ontem.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. A tendência é de alta para a primeira quinzena de outubro com a sazonal melhora na demanda doméstica por conta do recebimento da massa salarial.

“No entanto, a possibilidade dos frigoríficos terem que comercializar no
mercado doméstico os estoques de carne bovina hoje armazenados nas câmaras frias e nos portos que aguardam para serem exportados é cada vez mais real a cada dia em que permanece o embargo voluntário” alertou Iglesias.

O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,25 por quilo. Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 16,10 por quilo. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 16,20, por quilo.

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