Boi gordo recebe R$ 330/@, mas mercado virou “leilão”

Os preços do boi gordo continuam a trabalhar de forma mista, com grandes variações entre as praças e categorias; Boi China segue recebendo melhores preços e cenário de “leilão” nas negociações.

O mercado físico do boi gordo ainda registrou preços praticamente estáveis nesta terça-feira, 26, lembrando que há grandes variações entre as praças pecuárias pelo país. Os frigoríficos – com escalas confortáveis no momento – voltaram a tentar compras abaixo da referência média, mas sem grandes sucessos nas concretizações. De forma generalizada, os players envolvidos realizam um “leilão” de preços para concretizar as negociações.

O atual cenário mostra que o mercado seguirá truncado durante o período da entressafra, mostrando que as partes estão de olho na virada do mês. Como se sabe, além da entrada dos salários na economia, precisa ser mencionada a demanda adicional durante o Dia dos Pais, data que tradicionalmente motiva o consumo de carnes

Com posição das escalas de abate por parte dos frigoríficos ainda muito confortável em grande parte do país. Sendo assim, agora é o momento de cautela, já que resta saber se a demanda doméstica de carne bovina durante a primeira quinzena de agosto terá capacidade para inverter a curva de preços.

Como citado no início da semana, aqui no Portal, além da entrada dos salários na economia, precisa ser mencionada a demanda adicional durante o Dia dos Pais, data que tradicionalmente motiva o consumo de carnes no mercado interno.

Por outro lado, segundo os dados divulgados, as exportações permanecem em ótimo nível, principalmente em relação as receitas. Nos 16 primeiros dias úteis de julho/22 (acumulado das quatro semanas do mês), o Brasil exportou 129,67 mil toneladas de carne bovina in natura, com uma média diária embarcada de 8,1 mil toneladas, o que significou avanço de 7,7% frente ao volume médio observado em julho/21, de 7,5 mil toneladas, informa nesta terça-feira (26/7) a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Com um cenário exportador positivo, os negócios envolvendo bovinos com até quatro dentes, cujo destino é a exportação, ganharam ritmo nessa manhã e registraram incremento de R$5,00/@, apregoados em R$330,00/@, preço bruto e a prazo. Segundo o app da Agrobrazil, a melhor negociação informada foi a de Santo Anastácio/SP, com pecuarista recebendo R$ 312,00/@ com pagamento a vista e abate programado para 11 de agosto.

Mercado Interno

Os negócios envolvendo bovinos que atendem ao mercado interno ocorreram paulatinamente, com as escalas confortáveis e os compradores ainda buscando posicionamento frente à demanda vigente. Assim, a cotação do boi, vaca e novilha permaneceu estável na comparação diária, apontou a Scot Consultoria em seu boletim diário.

A referência para o boi gordo está em R$310,00/@, para a vaca gorda R$280,00/@ e para novilha gorda R$300,00/@, preços brutos e a prazo. 

Já o Indicador do Cepeaconforme gráfico acima –, vivendo a sua gangorra de preços, fechou com queda de 2,20% na comparação diária. Dessa forma, as cotações recuaram de R$ 330,00/@ para o patamar de R$ 322,75/@. Mesmo assim, as cotações permanecem acima de R$ 314,00 por mais de 30 dias úteis.

A disponibilidade de boi terminado em pasto já se encontra exaurida na maior parte das regiões de produção pecuária, acrescenta a consultoria. Os altos patamares dos custos de produção atrasou o início do primeiro giro de confinamento neste ano e protelou a entrega dos lotes, dispostos ao mercado a partir de junho/22.

Preço da carne bovina e faturamento com exportações

No acumulado das quatro semanas de julho/22, o preço médio mensal da tonelada ficou em US$ 6,62 mil, informa a consultoria Agrifatto, também citando os  dados da Secex. No período, o preço médio por tonelada (US$ 6,62 mil) subiu 21,6% frente ao mesmo intervalo de julho/21.

Foto: Divulgação

Em receita, as vendas externas de carne bovina in natura geraram US$ 858,10 milhões na parcial deste mês (16 dias úteis), o equivalente a 95,3% de todo o montante arrecadado com os negócios em julho/21, compara a Agrifatto.

Giro do boi gordo pelo país, por Agência Safras

  • Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 314.
  • Em Dourados (MS), os preços permaneceram em R$285.
  • Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo teve preço de R$ 288.
  • Em Uberaba (MG), os preços ainda são de R$295.
  • Em Goiânia (GO), os preços do boi estão em R$ 285 a arroba.

Atacado da carne bovina

Dessa maneira, o mercado atacadista do boi gordo continua a operar com preços em queda. Segundo Iglesias, a queda é compreensível, dada a reposição mais lenta entre atacado e varejo no decorrer da segunda quinzena do mês.

“Para a primeira quinzena de agosto ainda há expectativa de boa reposição e consequente recuperação dos preços, pensando no adicional de demanda durante o Dia dos Pais”, disse o analista. Por conta disso, o quarto dianteiro do boi teve queda de R$0,60 e fechou com preço de R$ 16,20. Já a ponta de agulha também caiu e ficou a R$ 16,10, queda de R$0,40.

Por fim, o quarto traseiro do boi mantém-se em R$ 21,90 por quilo.

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