
Essa falta de animais no mercado levou os frigoríficos a operar com escalas reduzidas de abate, em torno de cinco dias. Esse cenário cria um ambiente de valorização da arroba, onde o preço à vista do boi gordo se estabilizou em R$ 340/@ a prazo.
A cotação da arroba do boi gordo segue em alta no Brasil, com preços se aproximando da marca de R$ 340/@ em São Paulo. A elevação reflete a dificuldade dos frigoríficos em adquirir animais prontos para o abate, resultando em uma situação de oferta limitada e pressão nas negociações. Confira, a seguir, os principais pontos sobre o cenário atual e o impacto dos preços elevados para o setor.
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com alta nas cotações. A consultoria Safras & Mercado aponta que os frigoríficos enfrentam dificuldades para compor suas escalas de abate, uma vez que há uma escassez de boiadas disponíveis para negociação. Esse cenário cria um ambiente de valorização da arroba, especialmente em estados como São Paulo, onde o preço à vista do boi gordo se estabilizou em R$ 340/@ a prazo.
Essa falta de animais no mercado levou os frigoríficos a operar com escalas reduzidas de abate, em torno de cinco dias. A consultoria Agrifatto observa que a recente interrupção das chuvas e a diminuição de lama nos confinamentos permitiram que os pecuaristas avaliem o momento ideal de venda, podendo optar por segurar o gado por mais tempo, o que também limita a oferta.
Cotações Regionais da Arroba
Os preços variam entre as regiões, com uma tendência de estabilidade, mesmo diante da alta demanda:
- São Paulo: R$ 330 a R$ 340/@ a prazo
- Minas Gerais (Triângulo Mineiro): Até R$ 320 a R$ 325/@
- Goiás (Goiânia e Mineiros): Até R$ 325 a R$ 330/@
- Mato Grosso do Sul (Naviraí): Negociações em R$ 320/@
- Mato Grosso (Rondonópolis e Cuiabá): R$ 315/@ a prazo
Mercado Atacadista e Consumo de Carne
No mercado atacadista, os preços também seguem firmes, com a expectativa de alta a curto prazo devido à demanda forte na primeira quinzena do mês. O quarto traseiro está cotado a R$ 24,00/kg, o quarto dianteiro em R$ 19,50/kg e a ponta de agulha em R$ 18,20/kg.
Fatores Macroeconômicos: Câmbio em Alta
A valorização do dólar impacta diretamente o mercado de exportação de carne bovina, favorecendo as exportações. O dólar comercial fechou a sessão com alta de 0,59%, sendo negociado a R$ 5,7698 para venda. Essa oscilação favorece os frigoríficos exportadores, elevando o interesse pelo “boi-China”, vendido a R$ 335/@ em São Paulo.
Estabilidade em Outras Regiões e Expectativas Futuras
A Agrifatto informa que os preços estão estabilizados nas 17 praças monitoradas pela consultoria, onde a média nacional ficou em R$ 307,15/@. A Scot Consultoria também destaca que os compradores mantiveram os preços de abertura da semana anterior, com pontuais negociações de boi-China a R$ 340/@, sem consolidação.
No mercado futuro, a visão é de incerteza. Na última sexta-feira, os contratos futuros para o boi gordo apresentaram quedas, com destaque para o vencimento em dezembro, que caiu 0,86%, fechando em R$ 329,50/@. Essa queda reflete o aumento da posição vendida por investidores institucionais e uma maior procura por contratos de venda (PUTs), indicando receio sobre a continuidade da alta nos preços.
Futuro do Mercado e Decisões dos Pecuaristas
A queda nos contratos futuros e a alta nas PUTs mostram uma descrença na continuidade da valorização da arroba. Esse movimento de retração de investimentos pode indicar uma desaceleração nas altas atuais. Enquanto isso, pecuaristas seguem avaliando o cenário, aguardando condições climáticas favoráveis para aumentar a oferta e decidindo se vendem ou seguram o gado.
👉 Se liga: Com o mercado em um cenário de alta e instabilidade, a pergunta que permanece é: Cadê o boi?
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