
Mercado do boi gordo inicia setembro sem mudanças, mas expectativa é de valorização diante da demanda firme e exportações aquecidas
O mercado físico do boi gordo começou setembro de forma estável, mas os sinais apontam para uma nova rodada de altas ainda nesta semana. Segundo análises de consultorias como Safras & Mercado e Agrifatto, a sustentação dos preços vem da combinação de oferta restrita de animais prontos para abate e da força das exportações, especialmente para a China. Somado a isso, a entrada da massa salarial traz um cenário de maior demanda no mercado interno, aumentando o escoamento de carne bovina.
De acordo com levantamento realizado pela Scot Consultoria, a arroba do boi gordo em São Paulo foi negociada a R$ 312/@ no mercado comum e a R$ 317/@ no chamado “boi-China”, valores brutos, no prazo. Para os pecuaristas que aguardam novas altas, a atenção deve ficar no volume de animais oriundos do confinamento que podem surgir no mercado.
Já os preços médios apurados pela Safras & Mercado mostraram pequenas variações entre os estados:
- São Paulo: R$ 313,58
- Goiás: R$ 307,86
- Minas Gerais: R$ 303,24
- Mato Grosso do Sul: R$ 316,14
- Mato Grosso: R$ 313,72
Apesar da aparente calmaria, esse é o terceiro dia consecutivo de estabilidade nas praças pecuárias, segundo a Agrifatto, refletindo um compasso de espera dos frigoríficos, que ainda contam com escalas de abate relativamente confortáveis.
Força da demanda e exportações
O fator decisivo para sustentar as cotações segue sendo a demanda internacional. A China continua como principal destino da carne bovina brasileira, mas novos mercados, como Indonésia e Filipinas, começam a absorver volumes relevantes. Esse movimento diversifica os destinos e fortalece a posição do Brasil no comércio mundial de proteína.
Outro ponto que pode influenciar as próximas semanas é a entrada do salário na economia, o que tende a estimular o consumo interno, gerando maior reposição entre atacado e varejo. Como destacou o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, “o ambiente de negócios ainda sugere por reajustes de preços ao longo da primeira quinzena do mês”.
Riscos no horizonte no mercado do boi gordo
Embora o cenário atual seja de firmeza, alguns analistas já projetam limites para a valorização a partir de novembro. Isso porque a oferta de animais de confinamento tende a aumentar nesse período, ao mesmo tempo em que os embarques para a China já estarão ajustados ao Ano Novo Chinês, que acontece entre fevereiro e março de 2026.
Mercado atacadista e câmbio
No atacado, os preços da carne bovina permanecem firmes:
- Quarto traseiro: R$ 22,90/kg
- Quarto dianteiro: R$ 18,25/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,25/kg
Já o câmbio, fator essencial para a competitividade nas exportações, encerrou a segunda-feira em alta de 0,31%, com o dólar cotado a R$ 5,4390.
Em resumo, o início de setembro trouxe estabilidade para o boi gordo, mas os fundamentos de mercado — oferta restrita, exportações fortes e consumo interno em retomada — reforçam a perspectiva de que novas altas devem ocorrer nos próximos dias.
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