Embrapa estuda bois que comem menos e engordam até 20% a mais do que o restante do rebanho, ou seja, maior lucro para o pecuarista. Veja como funciona!
O Centro de Desempenho Animal da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estuda bois que engordam 20% a mais que o restante do rebanho, com a mesma alimentação. O projeto analisa touros de todo o país.
Com sede em Goiás, Centro de Desenvolvimento analisa 2 mil touros por ano. Objetivo da pesquisa é o melhoramento genético para a redução dos gastos com alimentação dos animais.
“Animais que são excelentes para ganhar peso, com qualidade de carne, reprodução, mas também econômicos. Animais que comem menos na mesma base de ganho, isso significa o que? Mais dinheiro no bolso do produtor”, destaca o pesquisador Cláudio Magnabosco.
O projeto da Embrapa Cerrados começou há 3 anos, em Santo Antônio de Goiás. A pesquisa é desenvolvida com o apoio de pecuaristas goianos, do Tocantins, de Moto Grosso do Sul, da Bahia, de Minas Gerais e de São Paulo.
Por ano, são avaliados em fazendas de todo o país cerca de 2 mil animais das raças nelore, brahman, guzerá e tabapuã. Destes, 100 são selecionados para integrar o estudo. Os touros chegam ao projeto com oito meses de vida e ficam 294 dias no pasto.
“A gente agrupa esses animais e faz essa padronização porque em algumas fazendas têm um sistema de criação um pouco diferente, só com pasto, com suplemento, com desmame precoce, alguns colocam animal no cocho. Então, a gente faz essa padronização para que os animais sejam avaliados dentro do mesmos critérios”, complementa o pesquisador Marcos Fernando Costa.
Após este período, somente os que são considerados de elite vão para a etapa seguinte: a nutrição com silagem excelente. Nesta fase, é coletado material para fazer a genotipagem e exame de DNA.
“A gente vai identificar dentro desse rol de animais disponíveis quais têm um diferencial do ponto de vista de desempenho global. A gente faz uma avaliação via ultrassonografia desses animais para ver como é o rendimento de carcaça, como é o acabamento de carcaça”, explica Eduardo Da Costa Eifert, que também é pesquisador.
Tecnologia
O curral é todo automatizado. Ao passar pelo bebedouro, por exemplo, o animal é pesado. O cocho também é uma balança, que indica quanto o boi come por dia.
“Com essa evolução tecnológica da automação pecuária, das parcerias, da tecnologia brasileira desenvolvida, hoje conseguimos gerar informações que realmente fazem a diferença e colocam o Brasil na vanguarda mundial em termos de informações tecnológicas de bovinos de corte”, afirma Cláudio.
Todas as informações são enviadas para um sistema de dados nacional. Com isso, os especialistas visualizam em tempo real o desempenho de cada boi.
“Temos informações em tempo real do que ele é geneticamente. Esse touro da Embrapa está, a cada mil, entre os cinco melhores do Brasil’, ressalta Cláudio.
- Escala 6×1: proposta sobre redução de jornada alcança assinaturas e será protocolada, diz deputada
- Em reunião com o setor privado, ministro Carlos Fávaro destaca resultados do agro durante o segundo ano do governo Lula
- Mudanças climáticas e agronegócio: o Brasil precisa construir agenda para mitigar perdas
- Conheça a recordista mundial de produção de leite da raça Guzerá
- Em Petrolina (PE), Governo Federal firma pacto nacional sobre trabalho decente no meio rural
Os melhores touros são disponibilizados para leilões e para centrais de inseminação artificial.
“A coleta de sêmen e a distribuição em âmbito nacional permitem que se atinja todo território nacional e até mesmo a América Latina, como Paraguai, Bolívia, Colômbia e Argentina”, complementa o pesquisador.
Compre Rural com informações do G1