Bolsonaro dá ultimato e chama Conselho de Governo

O conselho tem o papel de debater intervenções e garantir a estabilidade do país em momentos de crises democráticas; Reunião deverá acontecer hoje, 08!

Citada pelo presidente Jair Bolsonaro em seu discurso durante as manifestações de 7 de Setembro em Brasília, uma reunião do Conselho da República não vai ocorrer. Ministros da área política disseram ao Estadão que o encontro, previsto para esta quarta-feira, às 9h30, é do Conselho do Governo, integrado pelos ministros do próprio governo e pelo vice-presidente, Hamilton Mourão .

Bolsonaro chegou a dizer que as manifestações eram um ultimato para os três poderes sobre o caminho a ser seguido. A ministra Tereza Cristina não estava no carro de som, mas participou das manifestações junto ao povo.

Antes de encerrar o discurso na Esplanada, o presidente da República convocou uma reunião do Conselho da República, órgão criado para discutir possíveis intervenções federais, estado de defesa e estado de sítio em momentos de crise democrática.

O dia mal havia começado e a Esplanada dos Ministérios em Brasília já contava com milhares de manifestantes. Muitos chegaram a acampar no espaço desde a noite anterior.

Próximo às barracas, no gramado, cabines de caminhões estavam estacionadas em fila. Já do lado dos ministérios, caminhões graneleiros e gaiolas estacionados serviam de apoio para os manifestantes. Vestidos principalmente com as cores verde e amarelo, eles carregavam faixas e bandeiras do Brasil.

Discurso

No discurso em tom de ameaça aos outros Poderes, Bolsonaro disse que os presidentes da Câmara , Arthur Lira (Progressistas-AL), do Senado , Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF) , Luiz Fux , também participariam, mas nenhum deles ainda foi convidado.

O presidente Jair Bolsonaro desfilou no Rolls Royce presidencial ao lado da esposa, do vice-presidente Hamilton Mourão e ministros de estado. Militares fizeram apresentações e o lema da bandeira “Ordem e Progresso” foi escrito no ar pela esquadrilha da fumaça. Depois da cerimônia, Bolsonaro seguiu para a Esplanada. Em um helicóptero das Forças Armadas, o presidente sobrevoou o espaço antes de discursar em cima de um carro de som. Mourão e Tarcísio Freitas estavam entre as autoridades que acompanharam o presidente.

“Nós não mais aceitaremos que qualquer autoridade usando a força do poder passe por cima da nossa Constituição. Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer certeza que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da República”, disse o presidente em seu discurso.

Segundo pessoas que acompanham o assunto, a Casa Civil da Presidência da República , que é um responsável por organizar reuniões, não estava trabalhando para promover qualquer encontro e foi pega de surpresa pela fala de Bolsonaro em Brasília.

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não chegaram sequer a ser convocados oficialmente para o encontro, segundo assessores. Fux, que não participa formalmente do Conselho da República, já afirmou por meio de sua assessoria que não iria a qualquer reunião do colegiado, uma vez que não faz parte dele, de acordo com a previsão constitucional. Nos últimos meses, os dois têm sinalizado que não apoiarão de ruptura institucional por parte de Bolsonaro.

Em seu discurso em São Paulo, onde segue o tom de tentativas ao Supremo, Bolsonaro não mencionou qualquer encontro com integrantes de outros poderes.

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