Bolsonaro diz que lamenta possível greve de caminhoneiros

Alerta: Categoria reagiu ao anúncio da Petrobras, nesta quinta-feira (10/3), de que vai aumentar em quase 25% valor do diesel vendido às refinarias.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (10/3), lamentar uma possível paralisação dos caminhoneiros devido à mega-alta de 24,9% no preço do diesel anunciado pela Petrobras. O presidente disse que o aumento no preço dos combustíveis levará muitos caminhoneiros a parar, e afirmou que vai sancionar, assim que for aprovado pelo Congresso, um projeto que altera regras de cobrança do ICMS sobre os combustíveis para segurar a alta de preços.

“O preço tá caro. Tem muito caminhoneiro aí que vai parar. Eu sei disso, lamento isso daí. Vai parar porque não suporta mais essa carga tributária. E é uma questão mundial. Digo a vocês que o diesel aqui agora, mesmo com tudo isso, está mais barato que nos Estados Unidos”, disse Bolsonaro, em sua tradicional live de quinta-feira.

Líder dos caminhoneiros, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, anunciou nesta quinta-feira (10/3) paralisações do setor em pelo menos quatro estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Pará, começando nesta quinta-feira (10/3) e nesta sexta-feira (11/3).

Durante a live, Bolsonaro também destacou que o Senado hoje “fez a sua parte” ao aprovar projeto que “vai tirar o impacto de R$ 0,60 por litro” no preço dos combustíveis. “É muito dinheiro”, disse o mandatário da República.

E aproveitou para culpar o PT. “O grande problema do Brasil: entre as 10 maiores economias do mundo, a única que tem que importar derivado de petróleo é o Brasil. Ou seja, as duas refinarias que o PT ia fazer no Nordeste, mais uma aqui no Sudeste, não fez. Uma roubalheira terrível. Mais de 100 bilhões jogados fora. Então, nós dependemos da importação de diesel, de gasolina, dentre outras coisas. Se lá atrás o PT tivesse feito o seu trabalho, não tivesse endividado a Petrobras, não estaríamos em uma situação tão complicada.”

Apesar das críticas, o presidente disse que se a Petrobras não aumentar o preço “teremos o desabastecimento, que é pior do que o combustível caro”.

Para tentar conter a alta dos combustíveis, o Senado aprovou dois projetos nesta quinta relacionados ao tema, um que altera as regras de cobrança do ICMS e zera PIS/Cofins sobre diesel, GLP e biodiesel e outro que cria uma conta de estabilização para os preços.

Confira a Live na íntegra

Segundo Bolsonaro, a nova legislação dará um desconto de 60 centavos no litro do diesel, por exemplo. Repetindo o que havia dito mais cedo o ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro falou que 33 centavos caberão ao governo federal cortar, enquanto 27 centavos serão a parte dos governadores.

A mudança no ICMS, que é um imposto estadual, vinha sendo defendida por Bolsonaro há bastante tempo como forma de conter o aumento dos preços, e o presidente disse que está pronto para sancionar o projeto assim que for aprovado pela Câmara.

O presidente lamentou que o reajuste anunciado pela Petrobras entrará em vigor já na sexta-feira, portanto provavelmente antes da entrada em vigor da nova legislação. “Como seria bom se a Petrobras reajustasse segunda ou terça-feira, mas eu não posso intervir na Petrobras, mesmo sendo acionista majoritário”, disse.

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