
De acordo com estudo da UFG, foram recuperados 26,8 milhões de hectares entre 2010 e 2018; programa de agricultura de baixo carbono foi lançado em 2009.
Estudo do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG) baseado em imagens de satélites da série Landsat e em visitas a 5 mil pontos pelo país aponta a recuperação de 26,8 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil de 2010 a 2018, período de influência do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono).
O número está bem acima da meta de 15 milhões de hectares para os dez anos do programa (até 2020) e dos 4 milhões de hectares financiados pela linha de crédito do Plano Safra específica para essa finalidade. O problema é que, em contrapartida, 10,1 milhões de hectares sofreram degradação nos nove anos analisados e houve aberturas consideráveis de novas áreas para pecuária.
A recuperação total ou o aumento da qualidade das pastagens ocorreu, principalmente, nas áreas de Cerrado dos três Estados do Centro-Oeste, no Rio Grande do Sul e em Tocantins, mas cerca de 97,7 milhões de hectares de pasto no país ainda apresentam algum nível de degradação no Brasil (leve, moderada ou severa).
“A recuperação parece ter ocorrido nas áreas mais degradadas, uma vez que houve uma redução significativa na classe de degradação severa, de 32,1% para 26,7%”, diz o estudo.
Quase dobrou o número de propriedades rurais com pastagens sem nenhum nível de degradação. O salto foi de 63,4 mil em 2010 para 123,6 mil até 2018, a partir do cruzamento de dados e dos registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
De posse do estudo, o Ministério da Agricultura quer avaliar mudanças para a próxima década do Plano ABC, com foco na recuperação de áreas do Nordeste integrada a um novo programa de uso e conservação dos recursos hídricos que será lançado em breve, o Águas do Agro.
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“Parte da solução em questões de clima, segurança alimentar e água está em ter pastos recuperados e agricultura conservacionista, que neutralizam a emissão de gases. Houve uma melhora, mas ainda existem mais de 90 milhões de hectares com algum grau de degradação. Precisamos de estratégia diferenciada por bioma para aumentar a produção da pecuária e das lavouras”, diz Mariane Crespolini, diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do ministério.
O estudo indica uma estabilização da área com pastagens no país em 171 milhões de hectares. Enquanto 31,7 milhões de hectares foram destinados a outros usos, como agricultura, florestas e sistemas integrados, 30,8 milhões viraram pasto, sobretudo na região Norte.
Com informações do Valor.