Café mais caro do Brasil bate recorde ao ser vendido por R$ 84,5 mil a saca

Um lote de café brasileiro, produzido por uma fazenda localizada no interior de paulista, foi arrematado por uma empresa japonesa pelo valor de R$ 84,5 mil a saca do grão; Esse é o recorde do café mais caro do Brasil

O café Geisha, produzido na Fazenda Rainha pela Orfeu Cafés, em São Sebastião da Grama (SP), alcançou um feito histórico ao ser vendido por R$ 84,5 mil a saca de 60kg e se tornar o café mais caro no leilão dos cafés vencedores do Cup of Excellence 2023. Esse valor é o mais alto já pago por um café brasileiro. A japonesa Sarutahiko Coffee adquiriu três sacas. Conforme o Q-Grader do Orfeu, Alexandre Marchetti, explica que para produzir os cafés especiais os cuidados adotados na unidade vão desde plantio até todo o processo de colheita. “Acompanhamos todo o processo, da semente à xícara. É desenvolvido um trabalho de dedicação, amor e carinho para entregar o melhor para o consumidor”. 

O lote do Geisha foi o grande vencedor na categoria via seca do concurso promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).

O leilão, que ocorreu no dia 6 deste mês, contou com a participação de outras 29 amostras premiadas no Cup of Excellence. O Japão está entre os principais compradores de café brasileiro, tendo adquirido cerca de 2,07 milhões de sacas entre janeiro e novembro deste ano. País também foi quem levou o café mais caro do leilão.

Em entrevista à revista Globo Rural, o presidente da Orfeu, Ricardo Madureira, atribuiu o valor alcançado no leilão à qualidade excepcional do café e ao método de produção via seca. “É mais desafiador obter uma alta qualidade no processo de via seca, pois os grãos não são lavados após a colheita. Isso exige um timing preciso para a colheita. Por secar na própria planta, o açúcar da polpa é transferido para o grão, resultando em uma bebida mais doce”, explicou o executivo.

O café Geisha é conhecido por sua qualidade e sabor.

Devido à sua localização a mais de 1.500m de altitude, o café Geisha requer cuidados especiais, como a utilização de plantas de cobertura. Além disso, a fazenda mantém 35% de sua área com floresta nativa no cafezal. “Todos esses fatores contribuíram para elevar o preço do café no leilão”, ressaltou Madureira.

Leilão de cafés

O leilão ocorreu no dia 6 de dezembro e contou com a participação de outras 29 amostras premiadas no Cup of Excellence 2023. O leilão dos lotes vencedores do Cup of Excellence Brazil 2023, bateu o recorde de preço médio da história, com uma cotação média de US$ 19,99 por libra-peso, o que equivale a R$ 13 mil por saca de 60 kg.

O valor representa um aumento de 35% em relação ao recorde anterior, registrado em 2021. A arrecadação total do leilão foi de R$ 1,5 milhão (US$ 307.999,43).

Os 30 lotes vencedores do concurso foram produzidos em 12 estados brasileiros, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Os cafés foram adquiridos por empresas de 10 países, incluindo Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Bulgária, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão e Noruega.

café mais caro
Orfeu levou dois troféus no Concurso Cup of Excellence Brazil 2023, organizado pela BSCA | Crédito: Divulgação/Orfeu Cafés Especiais

Além do café produzido na Fazenda Rainha (Orfeu Cafés), o segundo maior lance foi dado ao campeão da categoria “Via Úmida” (cereja descascado, despolpado ou desmucilado), produzido na Fazenda Rio Verde (Ipanema Agrícola), em Conceição do Rio Verde (MG). Esse café foi adquirido pelo Grupo Cafeza, do Brasil, por R$ 40,7 mil/saca (US$ 62,70 lb-peso).

O terceiro maior lance foi registrado ao campeão da inédita categoria “Experimental” (cafés fermentados). O café, também produzido na Fazenda Rainha (Orfeu Cafés), foi adquirido pelo equivalente a R$ 32,7 mil por saca pela empresa Decameron Coffee, da China.

O diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, destaca a grande disputa pelos melhores cafés produzidos no Brasil nessa safra. “Dezenas de empresas de todo o mundo competiram por mais de oito horas por nossos cafés, o que evidencia, não apenas a assertividade da segmentação que propusemos no Cup of Excellence deste ano, mas, principalmente, que nossos cafés, por meio de origem controlada, diversidade, qualidade e, acima de tudo, sustentabilidade, atendem, cada vez mais, ao desejo dos maiores e mais exigentes consumidores mundiais”, conclui.

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