A cultura passou por uma revolução tecnológica, com ampliação de práticas sustentáveis e levando em consideração a baixa pegada de carbono.
O setor agropecuário avançou de maneira incontestável nas últimas cinco décadas e colaborou diretamente com a ascensão econômica do Brasil, feito que o posiciona como protagonista mundial quando o assunto é a produção de alimentos. Entretanto, o agro brasileiro rende, ainda, outros louros ao país, como no caso da evolução tecnológica que acompanha, concomitantemente, o sucesso do agro. Tal evolução se dá, especialmente, na cultura da cana-de-açúcar.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área cultivada com cana-de-açúcar destinada à atividade sucroalcooleira, na safra 2022/23, está estimada em 8.127,7 mil hectares, redução de 2,6% em relação à área colhida em 2021/22. O recuo é explicado pelas inúmeras adversidades climáticas que assolaram o país na última safra, seja por conta da falta de chuvas ou da estiagem e das fortes geadas que impossibilitaram maiores ganhos.
Apesar disso, essa ramificação do setor produtivo tem se mostrado, há tempos, como uma das matérias-primas mais importantes devido a diversidade do uso de seus produtos e subprodutos. O aproveitamento total da cana-de-açúcar, inclusive, é um fato imprescindível para a sustentabilidade do processo de produção. Aspectos sociais e econômicos, portanto, caminham juntos.
As contribuições se dão, por exemplo, com relação à sustentabilidade energética, quando temos a cana como a principal fonte de energia renovável do país, que corresponde a 18% da matriz nacional ou 39% de toda a energia renovável ofertada. Com esses números, o Brasil se coloca acima da média mundial (13,9%) e dos países desenvolvidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (10,8%), o que reforça o uso de energias limpas e renováveis pelo país.
A bioeletricidade, quarta principal fonte de energia do Brasil, também gerada a partir da cana-de-açúcar, apresenta baixo impacto ambiental. Além de evitar a emissão de gases de Efeito Estufa, reduz perdas de transporte da energia por ser gerada próxima aos centros consumidores, o que diminui os investimentos em transmissão.
Outra imensa contribuição da cana-de-açúcar se dá na construção de uma nova era da mobilidade sustentável, como na produção de etanol. Seja utilizado puro ou na mistura com a gasolina, o uso do etanol contribui sobremaneira para a preservação ambiental e para a melhoria da qualidade do ar, na consequente redução das emissões de gases que podem acentuar o efeito estufa.
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Para se ter uma ideia em números, de 2003 quando os carros flex foram lançados, até dezembro de 2021, o uso do etanol evitou que quase 600 milhões de toneladas de gás carbônico fossem lançadas na natureza. Como comparação, seria como cultivar 4 bilhões de árvores nas próximas duas décadas.
Além, obviamente, do açúcar, que o Brasil detém 23% da produção global e se consolida como o maior produtor mundial, a cana é fonte de outros tantos produtos que beneficiam a sociedade e o meio ambiente, tais como: etanol 2g, que é o etanol de segunda geração, que possibilita um incremento da produção do biocombustível, sem aumento da área plantada; do biogás, que pode ser usado para a geração de bioeletricidade; do biometano, que tem a mesma aplicação do gás natural e pode ser o substituto do diesel; o plástico verde com aplicação comercial, que se degrada em poucos meses e podem ser reciclados e os cosméticos, que possuem princípios extraídos da cana-de-açúcar que estão sendo usados como produção dos mais variados tipos de cosméticos, inclusive, perfumes.
Fonte: FPA
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