Cargill prevê ‘mini superciclo’ para commodities agrícolas

A perspectiva otimista da Cargill é baseada nas contínuas compras chinesas e na forte e consistente demanda por biocombustíveis

As commodities agrícolas devem entrar em um “mini superciclo”, já que a crescente demanda da China mantém a oferta apertada, segundo o executivo que comanda uma importante unidade de trading da Cargill, que registra os melhores resultados em uma década. A onda de compras de produtos agrícolas pela China e a redução dos estoques recentemente elevaram os preços aos maiores níveis dos últimos anos, ao mesmo tempo em que aumentaram a volatilidade que favorece as operadoras.

As previsões sobre a área plantada nos EUA surpreenderam e foram menores do que o esperado nos EUA, o que deve ajudar a impulsionar ainda mais os preços do milho e da soja, disse Alex Sanfeliu, que comanda o World Trading Group da Cargill. O Conselho Internacional de Grãos também prevê continuidade da oferta apertada.

“Isso abre a porta para que preços altos, alta volatilidade e uma perspectiva favorável permaneçam conosco por mais tempo”, disse Sanfeliu em entrevista de Genebra, onde está a sede do grupo de trading global. “Talvez isso dê início a um mini superciclo.”

Como em outros gigantes do setor, as tradings da Cargill se beneficiaram durante a pandemia de Covid-19 com a volta das oscilações de preços. É uma grande mudança em relação aos anos anteriores, quando supersafras e mercados com excesso de oferta reduziram a volatilidade e margens de negociação.

“Achávamos que o ano passado foi bom. Este está muito melhor”, disse Sanfeliu. “Você tem mais oportunidades de se sair bem quando há muita volatilidade.”

A gigante do agronegócio recentemente parou de divulgar resultados publicamente e se tornou uma trading menos tradicional com maior foco em carne, ração para peixes e nutrição humana. Ainda assim, o CEO Dave MacLennan disse que as atividades de trading outra vez estão respondendo por cerca de 30% a 40% dos resultados totais.

Fonte Money Times

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