China libera entrada de lote de carne brasileira, e agora?

China libera primeira carga de carne bovina brasileira após paralisação das exportações; Embarques da proteína brasileira ao país asiático foram interrompidas em 4 de setembro.

De acordo com informações da empresa de análise de mercado pecuário Agrifatto, a aduanda do porto de Shangai, na China, liberou a primeira carga de carne bovina brasileira para entrar no país após a paralisação dos embarques no início de setembro, devido ao registro de dois casos atípicos de vaca louca em Minas Gerais e Mato Grosso.

Segundo a Agrifatto, o lote oriundo do Tocantins foi certificado em 26 de agosto e embarcado em 10 de setembro. A liberação da entrada desta carne bovina pode ser um sinal que outros lotes podem ser aprovados. 

Atenção no mercado

Há 21 pedidos na fila que podem ser negados e os lotes serão analisados caso a caso. Os lotes oriundos do Mato Grosso têm chances de serem bloqueados.

É preciso ficar atento ao mercado neste momento, lembrando que a China não suspendeu o autoembargo, que foi anunciado no dia 04 de setembro. O MAPA, ainda não se pronunciou sobre o que aconteceu. Foi autorizada a entrada de apenas um lote, que já havia sido descarregado no porto. Sendo assim, existe um volume de cerca de 100 mil toneladas de carne aguardando autorização para ser desembarcada.

Em relação ao mercado, o preço do boi gordo no Mercado Futuro, já da indícios de melhora, mas ainda sem uma consistência que era esperada para o atual período do ano. Muito precisa ser informado e concretizado, para que o mercado físico apresente mudanças significativas.

Parte da carne do Brasil enviada à China segue parada em portos após 7 semanas de suspensão do comércio

As exportações de carne bovina do Brasil para a China estão paralisadas desde o dia 4 de setembro, após dois casos atípicos de vaca louca terem sido notificados em Minas Gerais e Mato Grosso.

Estima-se que o Brasil tenha enviado cerca de 112 mil toneladas de carne para a China, que, ou estão a caminho, ou já chegaram no país, mas que estão paradas nos portos chineses, à espera de liberação.

“Esses primeiros lotes que chegaram lá eles [os exportadores] receberam até o restante do pagamento. Então o importador quer receber a mercadoria. Os estoques chineses estão baixos, a gente sabe que já falta mercadoria nos distribuidores”, diz Lygia Pimentel, economista da Agrifatto.

Entenda o caso

As exportações de carne bovina à China, maior comprador da proteína do Brasil, foram interrompidas em 4 de setembro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), como cumprimento do acordo sanitário firmado entre os dois países após a confirmação de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecido como “mal da vaca louca”, em Minas Gerais e Mato Grosso.

Nesta terça-feira (26), completam 52 dias de paralisação dos envios à China. A demora na resposta levou o Mapa a elaborar um documento no dia 19 deste mês que dava orientações sobre a estocagem correta da carne bovina que seria destinada ao país asiático. 

Também na semana passada, a ministra da pasta, Tereza Cristina, se colocou à disposição para viajar até a China para negociar pessoalmente com o governo a volta das exportações, mas a expectativa é que as paralisações sejam destravadas em breve.

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