China suspende frigoríficos da JBS e Marfrig, e agora?

Com uma nova “manobra” a China suspende a importação de carne de unidades da JBS e Marfrig; Os chineses informaram que a interrupção dos negócios entrará em vigor a zero hora do dia 30 de abril.

A Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) suspendeu por uma semana as importações de duas unidades brasileiras: os frigoríficos de carne bovina da JBS em Barra do Garças (MT) e da Marfrig em Tangará da Serra (MT), conforme comunicado no site oficial publicado nesta sexta-feira.

Essa não é a primeira vez que a gigante asiática utiliza essa estratégia. No último mês de abril, diversas foram as unidades que sofreram com essas “penalidades”. Esse fato traz grande insegurança para as unidades que trabalham com o mercado externo, fato esse que tem gerado reflexos no mercado físico do boi gordo.

Além das unidades brasileiras, a suspensão das compras inclui duas empresas da Rússia (com números de registro RU-012/YP23903 e RU-031 ), segundo a nota. Os chineses informaram que a interrupção dos negócios entrará em vigor a zero hora do dia 30 de abril.

É a segunda vez neste ano que essas unidades são suspensas pela China. A outra notificação sobre a unidade da JBS em Barra do Garças foi feita pelo Gacc em 20 de abril, e sobre a unidade da Marfrig de Tangará da Serra, em 7 de abril.

O país asiático vem realizando essas suspensões de compras de frigoríficos de vários países desde 2020. A justificativa seria o maior controle sanitário, em razão da pandemia da covid-19.

O Gacc não explicou o motivo para a suspensão temporária no caso do anúncio desta sexta-feira. Ressalta-se o caráter de urgência com que o comunicado foi enviado. Fontes ligadas ao mercado na China, informam que o país passa por dificuldades quando ao COVID-19, o que tem criado um temor quanto ao consumo da carne. Além disso, utilizam essa técnica para poder tentar barganhar preços mais baixos nos contratos com o Brasil,

A GACC, vem suspendendo os embarques de algumas plantas frigoríficas do Brasil, após encontrar “traços de COVID-19” em embalagens oriundas de tais plantas. Empresas que já são recorrentes nestas listas, como a JBS e Marfrig, são as mais afetadas. Alguns especuladores de mercado, dizem que essa pode ser uma manobra para reduzir os preços dos contratos de exportações.

Foto: Divulgação

Novamente, segundo o comunicado, os técnicos identificaram a presença de ácido nucleico do novo coronavírus na embalagem externa de quatro lotes de produtos congelados dessas empresas enviados para a China.

Porém, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o coronavírus não consegue ser transmitido por meio dos alimentos. O vírus só sobrevive e se multiplica em um animal vivo e em humanos.

O órgão chinês também requisitou que sejam seguidas as diretrizes de prevenção à covid-19 emitidas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) “para evitar a contaminação do novo coronavírus e garantir a segurança dos produtos à base de carne exportados para a China”.

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