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China vai diminuir compras dos Estados Unidos? Entenda

A relação política entre as duas potências econômicas vem piorando no último mês, mas ainda não teve grandes efeitos sobre o mercado agrícola, segundo analista.

A piora na relação política entre China e Estados Unidos tem tido efeitos limitados no mercado agrícola por enquanto, afirma o analista Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities. Segundo ele, os investidores têm monitorado de perto a demanda chinesa por soja dos EUA e, nos últimos dias, os exportadores têm apontado para novas compras chinesas que podem indicar aumento do ritmo na tentativa de cumprir o acordo.

Nesta quarta-feira, 22, o governo americano confirmou a exigência que a China fechasse o consulado do país em Houston, no estado do Texas, elevando a tensão na relação comercial entre os dois países. A agência Reuters informa que a China pretende retaliar Washington com o fechamento do consulado americano em Wuhan.

A tensão geopolítica entre os dois países não é nova, mas tem se elevado desde o início deste mês. No último dia 10 de julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que não estava considerando negociar a fase 2 do acordo em um momento em que o embate entre os dois países já estava elevado em virtude da pandemia do novo coronavírus e da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong.

Investidores temem que a piora na guerra comercial leve a uma menor demanda por parte da China em relação à soja dos EUA. Para o agronegócio brasileiro, o assunto é bastante relevante, pois a demanda adicional do país asiático poderia ser direcionada para a soja brasileira.

É importante lembrar que no auge da guerra comercial, o Brasil passou a exportar quase US$ 13 bilhões a mais de soja em grãos para a China, de acordo com dados do Insper Agro Global. Enquanto isso, os Estados Unidos exportaram cerca de US$ 11 bilhões a menos.

Afinal, a China vai diminuir as compras dos Estados Unidos?

Marcos Araújo não acredita que a China tenha capacidade de retaliar os EUA em relação às compras agrícolas, pois o país está recompondo seu rebanho de suínos e precisa da soja para produzir farelo. O analista também projeta que o Brasil não tem soja suficiente para atender a demanda chinesa a ponto de neutralizar a oferta americana no momento.

O analista diz que os principais efeitos na soja brasileira estarão concentrados na próxima safra, a ser colhida no fim de janeiro de 2021, pois, de acordo com ele, a safra 2019/2020 já tem cerca de 90% de sua produção comercializada. Em algumas praças do interior do Brasil, os preços se encontram no mesmo nível dos portos, indicando falta do produto nessas regiões.

China precisa aumentar ritmo de compras para cumprir acordo

O acordo comercial entre China e Estados Unidos foi assinado em 15 de janeiro deste ano. Ficou estabelecido que o país asiático compraria cerca de US$ 33 bilhões adicionais de produtos agrícolas americanos. Alguns itens listados como soja, milho e carnes chamaram atenção, pois são relevantes dentro da pauta brasileira de exportações.

De acordo com o analista de mercado da Agrinvest, até agora, a China já comprou US$ 12 bilhões de produtos agrícolas dos EUA e para cumprir a meta definida para este ano, este valor deveria estar em cerca de US$ 20 bilhões. Assim sendo, o profissional projeta que a meta dificilmente será cumprida. Para que seja, o país asiático precisa aumentar o ritmo de compras.

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