Churrasco no carnaval vai ficar mais caro; E agora?

Especialistas explicam que o preço da picanha caiu, mas o valor da cerveja aumentou. Outros ingredientes também tiveram variação de preços. Saiba como economizar!

Verão, samba, picanha e cerveja. Para muitos, o tradicional “combo” do Carnaval vai continuar a pesar no bolso. Isso porque, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apesar do preço da picanha ter voltado a cair neste início de ano, com um recuo de 10% nos últimos 12 meses, itens como a cerveja tiveram alta. Após ter subido 0,88% em dezembro, a cerveja ficou 1,74% mais cara em janeiro. Nos últimos 12 meses, a evolução de preços da bebida foi de 10,50%.

Ou seja, nas vésperas do Carnaval, mesmo com a queda atual, os preços continuam elevados para um consumidor que perdeu renda nos últimos anos. O economista e especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas explica que o mercado de bebidas alcoólicas — em especial a cerveja – apresentou alta, o que é um alívio para o varejo. Já a educadora financeira Aline Soaper, ensina como economizar na hora de fazer o tradicional churrasco durante o Carnaval.

“Após ter uma queda severa nos últimos anos, a indústria de bebidas está em alta novamente. O mercado de bebidas alcoólicas apresentou alta de 5,2%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo um dos setores que mais cresceram no Brasil no último ano. No caso específico da cerveja, em 2022, as vendas ultrapassaram 15 bilhões de litros, movimentando mais de R$ 200 bilhões no setor de cervejas. Outro dado interessante é que, segundo uma pesquisa da Consumer Insights, o aumento de 27% no consumo de cerveja se deve principalmente às mulheres com idades entre 40 e 49 anos, que consomem geralmente a bebida com amigos em happy hours e festas”, revela Leandro Rosadas.

Apesar da queda de preços, o grupo alimentação e bebidas tem sido o grande vilão da inflação brasileira. Isso porque ele acumulou alta de 36,06%, em 12 meses. A picanha, no acumulado de 12 meses, teve variação de 0,69%. Já as carnes no geral, tiveram um aumento de 2,45%. No Rio de Janeiro, em pesquisa rápida no aplicativo Menor Preço Brasil, o valor do quilo da carne varia entre R$ 79 e R$ 99 reais.

Em João Pessoa (PB), o valor do quilo da picanha nacional varia entre R$ 40 e R$ 89,90 reais. Uma pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro, revelou que na Região Metropolitana de Belo Horizonte, houve uma redução no preço da picanha, de R$ 71,89 para R$ 67,07. Em Joinville (SC), o Procon divulgou que o preço da picanha tem variação de preços, entre os supermercados pesquisados, de 166,31%.

A educadora financeira, Aline Soaper revela que a opção para o churrasco “caber no bolso” é optar pelos concorrentes da carne bovina, que tem preços mais competitivos e estão em queda. O frango perdeu 4% do preço só no mês de janeiro. A costela suína, após novo recuo no primeiro mês deste ano, está mais em conta do que há 12 meses.

A especialista também ressalta, contudo, que alguns complementos do churrasco ainda pesam muito no bolso. Como é o caso do pão francês, que acumula alta de 18% em 12 meses, a farofa, que acumula evolução de 38,2% nos preços dos últimos 12 meses, e a salada — especificamente tomate e cebola — cujos preços acumulados em 12 meses, ainda registram elevação de 51%.

“Uma alternativa para o churrasco, além de optar por frango, linguiça e carne de porco, são os outros cortes de carne bovina como: miolo do acém, capa do filé, miolo da paleta e a costela bovina. Além disso, também é possível grelhar os legumes, o que é uma opção prática, barata e saudável, em especial para os vegetarianos, por exemplo. Dentro dessas opções, cito os legumes da época, que terão um preço mais em conta em fevereiro, como a abóbora, cebola, milho verde, pimentão e tomate. Entre os itens de complemento para o churrasco, já que o arroz apresenta uma maior variação de preços em janeiro, uma saída pode ser optar por uma macarronese. A mandioca também é um ótimo complemento e teve uma variação pequena em janeiro. Nas saladas, podemos usar outros itens, como pepino e repolho, que tiveram queda de preços”, indica Aline Soaper.

A educadora financeira orienta ainda que, para evitar gastos, colocar tudo na ponta do lápis é essencial. “Há sites e aplicativos que ajudam a estimar a quantidade de ingredientes necessários para o churrasco. As calculadoras consideram também perfis diferentes de participantes, como crianças e homens adultos, e os tipos de carnes escolhidos.

Mas vale lembrar que a média de carne por pessoas num churrasco é de 400g. Vale juntar os familiares e amigos para comprar em grande quantidade e negociar descontos com atacadistas também. E também dividir o valor total do churrasco entre os familiares, para não ficar pesado. Ou ainda, cada pessoa pode levar um componente, como arroz, maionese, salada, entre outros. Além disso, na hora de comprar as bebidas, é mais barato optar pelos depósitos.

A cerveja em lata, por exemplo, é mais barata do que a versão engarrafada. Na hora do cálculo, a média é considerar três litros por pessoa. Se o churrasco tiver mais gente, vale a pena avaliar a possibilidade de comprar um barril de chope em vez de cerveja”, finaliza Aline Soaper.

Sobre Aline Soaper:

Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo.

Sobre Leandro Rosadas

Leandro Rosadas é economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. Formado em economia pela UFRRJ. O carioca já atuou como professor universitário e consultor no mercado de varejo. Hoje, Rosadas é considerado uma das maiores referências entre os especialistas do seu segmento, sendo responsável pela formação em gestão de mais de sete mil proprietários de supermercados Brasil afora.

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