Colheita da soja no Chaco e clima são destaques na safra paraguaia

Mesmo com as grandes perdas nas lavouras de soja do Chaco por conta da falta de chuvas, agricultores registraram o início da colheita

Luis Enrique Cubilla, presidente da Federação Paraguaia de Semeadura Direta para Agricultura Sustentável (FEPASIDIAS), falou sobre os resultados da safra agrícola de 2023 e garantiu que, embora ainda não haja detalhes finais, será muito bem-sucedida.

De acordo com os dados calculados pela Capeco, fala-se em mais de 8.800 toneladas somente no Chaco, embora existam outros cálculos que em geral não diferem muito destes números. Em geral, fala-se em uma média de cerca de 2.650 quilos de soja por hectare.

Ele destacou, porém, que isso foi um tanto irregular dependendo da região do país em que a colheita foi feita, levando em conta a questão climática que não foi muito regular. A melhor área foi o norte do Alto Paraná com até 4.800 quilos por hectare, em uma área entre 300 e 400 hectares.

Por outro lado, a área com menor rendimento é o departamento de San Pedro, principalmente em sua zona norte, que experimentou fortes secas. Também em algumas áreas de Itapúa, onde não atingiram rendimentos normais, que costumam ficar em torno de 2.000 mil quilos por hectare.

colheita de soja no paraguai
Foto: Agro Parlamento

Grande destaque do Chaco paraguaio

Sobre uma área onde a agricultura está crescendo, Cubilla destacou o Chaco, com crescimento sustentado ano após ano na área de semeadura, à qual está sendo adicionado o algodão, o que ajuda na rotação de culturas.

Os números que ela movimenta estão entre 67 a 68 mil hectares aproximadamente em plantio de soja, embora outros números sejam movimentados em milho, algodão e sorgo. Cubilla reconheceu que as ferramentas de tecnologia de satélite ainda não estão disponíveis, por isso ainda está sendo feita uma pesquisa entre os agricultores.

Safra de soja no Paraguai

A Bolsa de Valores de Rosário (BCR) estimou que a produção de soja seria de cerca de 27 milhões de toneladas enquanto a colheita de milho seria próxima a 35 milhões de toneladas, segundo um relatório que indica que “não há condições climáticas à vista que permitam colocar pisos para rendimentos ou à área que não será colhida’.

O documento destaca que ‘o corte de fevereiro a março faz com que a produção de soja passe de 34,5 para 27 milhões de toneladas e de milho de 42,5 para 35 milhões de toneladas.

A bolsa estimou que “na soja, a área perdida já está estimada em 2,6 milhões de hectares, o que equivale a 100% a mais que em 2017/18”.

‘A Argentina sofre com um cenário climático sem precedentes na agricultura moderna. Com um novo corte de 7,5 milhões de toneladas, o número de produção de soja é atualizado para 27 milhões de toneladas. Dessa forma, estima-se que 45% da produção prevista no início da campanha já tenha sido perdida.

O valor de março deixa o ciclo 2022/23 como a pior safra das últimas 15 safras, mesmo ficando bem abaixo de 2008/09 (31,8 milhões de toneladas)’, sublinha o relatório da BCR. Diante do cenário climático, novos cortes estão sendo alertados.

O número de hectares que não estão recebendo tratamentos contra ervas daninhas e pragas e os hectares que secaram nas últimas três semanas é alarmante. Isso é muito marcante na soja de segunda categoria, mas uma rápida deterioração também é observada na soja de primeira categoria.

Trajeto co corredor Bioceânico, rota que encurtará as exportações e aumentará a circulação de produtos de alto valor agregado em MS
Trajeto co corredor Bioceânico, rota que encurtará as exportações e aumentará a circulação de produtos de alto valor agregado em MS – Divulgação

Expectativa para o corredor bioceânico

A Rota de Integração Latino Americana (RILA), ou Rota Bioceânica, é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros, que pretende ligar o Oceano Atlântico aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina. Seria uma alternativa ao Porto de Santos (SP), encurtando distância e tempo para as exportações e importações brasileiras entre mercados potenciais na Ásia, Oceania e Costa Oeste dos Estados Unidos.

“É um novo Canal do Panamá”. É assim descrevem o corredor bioceânico, um gigantesco projeto de infraestrutura que tentará ligar a costa do oceano Pacífico no Chile com a costa atlântica no Brasil. Os governos de cada um dos países envolvidos no projeto manifestaram apoio, mas o presidente paraguaio, Mario Abdo, foi um de seus principais impulsores.

Cerca de 525 quilômetros dessa nova rodovia passam pela região conhecida como Gran Chaco, uma das principais reservas ambientais do país, povoada por cerrados e zonas úmidas.

Estima-se que a rodovia terá cerca de 2.200 quilômetros de extensão e o custo aproximado do investimento total é de US$ 10 bilhões.

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