
Em MS, comitiva do renomado Pantaleão Flores, com 1.270 novilhas e 61 touros da raça Brangus conclui viagem de 46 dias cortando o Pantanal Sul; Eles partiram no dia 9 de janeiro da Fazenda São Roque, em Aquidauana, rumo à Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Corumbá.
Sem caminhões, uma travessia “à moda antiga” e verdadeiros reis do gado. Assim foi a jornada inédita que foi concluída no Pantanal sul-mato-grossense. Após 46 dias de viagem e cerca de 400 km percorridos, a primeira comitiva composta integralmente por animais da raça Brangus atravessou a região, chegando ao seu destino no dia 24 de fevereiro.
A comitiva partiu em 9 de janeiro da Fazenda São Roque, em Aquidauana (MS), transportando 1.270 novilhas (entre 12 e 20 meses de idade) e 61 touros até a Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Corumbá, localizada no Pantanal do Paiaguás, próximo à divisa com o estado de Mato Grosso.
Desafios de uma travessia inédita
Responsável pelo transporte dos animais, Pantaleão Flores, de 67 anos, tem meio século de experiência conduzindo boiadas pelo Pantanal e Cerrado. Segundo ele, nunca antes uma comitiva exclusivamente formada por bovinos Brangus havia sido conduzida por essa região.
“Foi uma experiência bem-sucedida, mas também muito trabalhosa. No trajeto, nossa equipe de sete pessoas enfrentou regiões com muita água e calor extremo. O Brangus tem um comportamento diferente do Nelore, preferindo sombra e locais mais frescos. Enquanto um Nelore percorre 18 a 20 km por dia, os Brangus dessa comitiva tiveram um ritmo de apenas 9 km diários. Nos dias mais quentes, tivemos que interromper a jornada entre 10h e 12h para respeitar o ritmo dos animais”, explicou.
Outro fator que exigiu essa modalidade de transporte foi a logística da região. “Caminhão não passa para o Paiaguás. No período das chuvas, é muita água. Na seca, é areia pura”, detalha Pantaleão.
Destino e propósito da comitiva com gado Brangus
O objetivo da travessia foi levar os bovinos para um novo ambiente de cria. Após a desmama, os machos e as fêmeas de descarte retornarão, seja para comercialização imediata ou para termínio de engorda.
Quem observa imagens da jornada pode notar alguns animais com pelagem mais clara misturados ao grupo. Pantaleão explica: “Levei uns 15 animais de um vizinho de carona”.
A boiada pertence à família do pecuarista José Lemos Monteiro (Zé Ito), que vem fortalecendo sua aposta nos bovinos cruzados dentro do bioma. “Não há problema algum em trabalhar com o Brangus no Pantanal. As dificuldades aparecem apenas nas cheias e no calor intenso”, destaca.
Até a manhã desta terça-feira (25), ainda não havia um relatório final do total de animais que efetivamente chegaram ao destino. Aproximadamente 30 cabeças ficaram pelo caminho, entre elas algumas fêmeas paridas e animais machucados.
“Isso é normal, até com Nelore acontece. Quando outra comitiva passar, os animais serão resgatados e levados ao destino correto”, conclui Pantaleão Flores.
Raça Brangus: qualidade e adaptação ao Pantanal
O Brangus é resultado do cruzamento entre Angus e Zebu, combinando a qualidade da carne Angus com a rusticidade do Zebu. Criada nos Estados Unidos no início do século XX, a raça chegou ao Brasil nos anos 1940 e vem se tornando uma opção valorizada pelo seu desempenho produtivo.
Apesar dos desafios da travessia, a experiência da comitiva reforça a viabilidade do Brangus no Pantanal, ampliando suas possibilidades dentro do mercado pecuário nacional. Com a conclusão dessa jornada histórica, fica registrada uma nova etapa para a criação da raça em uma das regiões mais desafiadoras do Brasil.
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