Agropecuária Maragogipe consolida mais de uma década de domínio nos julgamentos de carcaças Angus ao unir genética de excelência, manejo nutricional preciso e disciplina na produção de animais superprecoces.
A Agropecuária Maragogipe, de Itaquiraí (MS), voltou a ocupar o topo do pódio ao conquistar, pela 11ª vez, o tradicional Concurso de Carcaça Angus de Bataguassu (MS), realizado nesta quinta-feira (30/10), na unidade do frigorífico Minerva. A repetição consecutiva de resultados expressivos chama a atenção de pecuaristas de todo o Brasil, que buscam entender como a fazenda mantém, há mais de dez anos, um padrão de carcaças consideradas referência no Programa Carne Angus.
No entanto, para o pecuarista Wilson Brochmann, responsável pela estratégia produtiva da Maragogipe, não há segredo oculto – há método. Segundo ele, o diferencial está na consistência genética e na disciplina de manejo, pilares que foram sendo ajustados ao longo do tempo até atingir a regularidade que se tornou marca registrada da propriedade.
“O que determina a qualidade de nossos animais é o uso de matrizes Nelore superiores selecionadas por meio do Programa DeltaGen, inseminadas com genética de touros Angus. As fêmeas são a base de qualquer programa de carne de qualidade”, reforça Brochmann.
A genética como ponto de partida
A base do rebanho é formada por fêmeas Nelore de alta avaliação, que recebem sêmen de reprodutores Angus com DEP comprovada para marmoreio, musculosidade, ganho de peso e acabamento. Esse modelo de cruzamento industrial dirigido garante a formação de animais meio-sangue com potencial máximo para a produção de carne premium.
Em 2024, as novilhas que foram ao gancho apresentaram 13 meses de idade, com acabamento de gordura no escore 4, considerado ideal pelo Programa Carne Angus. Superprecocidade e padronização são resultados diretos dessa base genética planejada.
Nutrição: o cocho como refinamento da qualidade
Se a genética define o potencial, a nutrição expressa o resultado. O segundo pilar da Agropecuária Maragogipe é a formulação de dietas que harmonizam energia, fibra, digestibilidade e suplementação proteica de qualidade.
“Produzir carne premium não é algo difícil. Mas exige método, disciplina e confiança em um projeto consistente de melhoramento genético”, afirma o pecuarista.
A propriedade trabalha com mix alimentar equilibrado no cocho, considerando volumosos estratégicos, inclusão correta de concentrados e uso de núcleos proteicos de excelência, garantindo desempenho sem perda de acabamento.

Agropecuária Maragogipe: Resultados que impressionam
O concurso avaliou 484 animais, entre machos e fêmeas, seguindo rigorosos critérios técnicos de peso de carcaça, rendimento, acabamento de gordura e conformação.
A Agropecuária Maragogipe venceu com o lote 19, formado por 18 novilhas, que apresentaram:
- Média de peso vivo: 613,33 kg
- Peso médio de carcaça: 347,94 kg
- Rendimento: 23,20 arrobas
Outro grupo da fazenda, o lote 21, também apresentou desempenho de destaque:
- Peso vivo médio: 574,44 kg
- Peso de carcaça: 324,39 kg (21,63@)
Esse lote também teria conquistado a segunda colocação, não fosse o regulamento do concurso exigir alternância entre criadores.
“São animais superprecoces que externam todo esse potencial com menos de 15 meses, algo inimaginável há poucos anos. Isso mostra como avançamos em termos genéticos no cruzamento industrial, aprimorando a base de rebanhos Nelore e Angus”, destacou Brochmann.
O legado de um sistema que inspira produtores
O modelo da Agropecuária Maragogipe não é um projeto isolado, mas uma referência consolidada. Todos os anos, pecuaristas de diferentes regiões visitam a fazenda para conhecer na prática o sistema que alia genética, nutrição, manejo e decisão técnica sem improviso.
A lição principal deixada pela multicampeã é clara:
Qualidade não é resultado de uma ação isolada, mas da soma de decisões coerentes, consistentes e sustentadas ao longo do tempo.
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