
Conforme o extensionista rural da Emater/RS-Ascar Felipe Pereira Dias, o controle da praga apresenta dificuldades em razão do seu ciclo de vida.
A presença da mosca-das-frutas nos pomares é uma das principais causas de perdas na fruticultura gaúcha. O inseto, que ocorre em todas as regiões do Rio Grande do Sul, é capaz de atacar mais de 150 espécies de frutas, comprometendo a qualidade e a comercialização da produção.
Conforme o extensionista rural da Emater/RS-Ascar Felipe Pereira Dias, o controle da praga apresenta dificuldades em razão do seu ciclo de vida. “A mosca adulta coloca os ovos no interior do fruto, onde ocorre o desenvolvimento da larva. Após alimentar-se, essa larva cai no solo e forma a pupa, da qual surgirá uma nova mosca adulta. Por isso, o controle deve considerar tanto o inseto adulto quanto a fase pupal, que permanece no solo”, explica.
O ciclo biológico da mosca-das-frutas está diretamente relacionado às condições climáticas e à disponibilidade de frutos hospedeiros. Em períodos de temperaturas mais elevadas, o desenvolvimento do inseto é acelerado, aumentando o número de gerações ao longo do ano. Além disso, a ampla variedade de espécies frutíferas suscetíveis favorece a sobrevivência contínua da praga. Por essa razão, o monitoramento deve ser realizado de forma sistemática, inclusive fora dos períodos de colheita, evitando a multiplicação e disseminação do inseto entre diferentes culturas e propriedades.
Controle e Manejo
De acordo com o extensionista, o controle pode ser realizado por meio de armadilhas comerciais ou artesanais, confeccionadas com garrafas PET. “Essas armadilhas devem conter dois orifícios laterais, com tamanho adequado para permitir a entrada das moscas e evitar a captura de abelhas. O atrativo indicado é a proteína hidrolisada, que apresenta seletividade, atraindo as moscas-das-frutas e reduzindo o impacto sobre insetos benéficos”, orienta.
O uso de armadilhas permite o monitoramento da população da praga e contribui para o manejo preventivo, sem necessidade de aplicação de inseticidas diretamente sobre as frutas. Essa prática é recomendada por sua eficiência, baixo custo e caráter sustentável, alinhando-se às diretrizes da agricultura de base ecológica.
Dias ressalta que o manejo deve ser contínuo e realizado ao longo de todo o ano. “A mosca-das-frutas exige atenção permanente. A adoção de medidas preventivas, o monitoramento e o correto destino dos frutos atacados são fundamentais para reduzir a infestação e garantir a sanidade dos pomares”, afirma.
Outro ponto importante é o manejo adequado dos frutos infestados, aqueles que apresentam sinais de ataque devem ser recolhidos e enterrados a uma profundidade mínima de 20 centímetros, evitando que as larvas completem seu ciclo e retornem ao ambiente. Essa prática, associada à manutenção da limpeza dos pomares e à eliminação de frutos remanescentes após a colheita, é essencial para interromper o desenvolvimento da praga e evitar novas infestações.
Produtores interessados em orientações sobre o monitoramento e o controle da praga podem procurar os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar em todo o Rio Grande do Sul para obter informações técnicas e apoio nas ações de manejo.
Fonte: Emater
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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