Defensivos agrícolas: o que você precisa saber e para que servem 

Os defensivos agrícolas têm a capacidade de controlar os organismos nocivos aos cultivos, paralisando o crescimento e/ou reprodução. Veja mais

Defensivos agrícolas, agroquímicos ou pesticidas são termos atribuídos aos agrotóxicos, cujo uso se destina ao controle em larga escala de pragas e doenças, independentemente das polêmicas relacionadas à terminologia.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) afirma que esses insumos químicos têm a finalidade de eliminar insetos, larvas, fungos e carrapatos, visando o controle das doenças causadas por esses vetores, além de regular o crescimento vegetativo em ambientes tanto rurais quanto urbanos.

O que é

A definição mais popular ao buscar “o que é defensivos agrícolas” no Google remete à explicação fornecida pelo Ministério, englobando produtos químicos, físicos ou biológicos utilizados não apenas na produção de alimentos e pastagens, mas também em atividades não agrícolas.

O conceito de defensivos agrícolas foi proposto pelo falecido pesquisador Adílson Paschoal, que, em entrevista à Globo Rural em 2018, compartilhou o processo de sua criação. Ao considerar os termos existentes, como pesticidas, praguicidas e defensivos, Paschoal buscou uma palavra com etimologia correta, sentido científico e capacidade de alertar as pessoas sobre os perigos envolvidos, resultando na proposição da palavra “agrotóxico/defensivos agrícolas” para descrever esses compostos tóxicos.

Nos últimos três anos, a eficiência do uso dos defensivos agrícolas, com dosagens regulamentadas por órgãos legislativos, experimentou melhorias significativas no manejo integrado, conforme esclarece Ewerton Dilelis, gerente técnico de mercado no Brasil da Nitro. Nessa abordagem, os produtores combinam bioinsumos com produtos sintéticos para otimizar resultados.

defensivo agrícola
Foto: Divulgação

Dilelis destaca que, dado o papel estratégico da agricultura brasileira no abastecimento global de alimentos, os defensivos agrícolas desempenham um papel crucial na garantia da segurança alimentar. Atualmente, o interesse dos produtores concentra-se no desenvolvimento equilibrado das plantas, tanto em termos nutricionais quanto vegetativos. Isso impulsiona a busca por tecnologias e inovações que assegurem o crescimento da produtividade.

Agricultura resistente e sustentável

O gerente técnico observa que, embora os agroquímicos tenham sido eficazes no controle de pragas, seu uso isolado já não é suficiente. A adoção de insumos biológicos no Brasil emerge como uma frente essencial para promover uma agricultura mais resistente e sustentável.

Em relação aos desastres climáticos ocorridos em 2023, Dilelis ressalta a importância de um manejo de longo prazo, com foco no solo e na preservação da vegetação nativa no entorno das lavouras, alertando para a necessidade de precauções adicionais.

agricultura familiar
Foto: Divulgação

Dilelis enfatiza que a analogia da indústria a céu aberto torna-se ainda mais pertinente. “Metade da produção está sempre à mercê das condições climáticas. Nesse cenário, a planta e o solo representam os fatores cruciais para a produtividade, demandando abordagens de manejo integradas adaptadas a cada tipo de cultivo. O agricultor deve compreender que a planta apresenta necessidades nutricionais, fisiológicas e biológicas desde a fase de semente até a germinação. O pano de fundo para a evolução da planta é, indiscutivelmente, o clima”, esclarece.

Importância do uso de defensivos agrícolas

O Brasil, classificado como o quinto maior país em extensão territorial, abrange uma ampla diversidade de condições climáticas ao longo de seu território. Além disso, destaca-se por uma produção expressiva de grãos e diversas outras culturas agrícolas.

Essa variedade de climas cria um ambiente propício para o estabelecimento de diversas doenças e pragas nas plantações. As elevadas temperaturas no país contribuem para acelerar a reprodução da maioria dos insetos e pragas, intensificando os desafios enfrentados pelos agricultores.

Adicionalmente, a ausência de um inverno rigoroso no Brasil impede a redução significativa da população inicial de pragas no início das safras, o que representa um desafio adicional para a gestão agrícola.

É imperativo ressaltar que a aplicação de defensivos deve ocorrer somente quando necessário. O uso indiscriminado, que desconsidera as orientações da bula, a legislação brasileira e as normas de segurança, configura crime.

Foto: Divulgação

No entanto, a utilização de defensivos agrícolas representa uma ferramenta indispensável na prática agrícola brasileira e no planejamento cuidadoso das atividades na lavoura.

Associado a esse cenário, diante do aumento dos custos de produção, torna-se cada vez mais crucial adotar um planejamento de uso rigoroso, alinhado com as boas práticas agronômicas. Cada aplicação desnecessária resulta em uma diminuição do retorno econômico do cultivo.

Adicionalmente, os defensivos agrícolas desempenham um papel fundamental na otimização do tempo de manejo da lavoura. Isso, por conseguinte, implica em menor tempo gasto e economia em diversas áreas, tais como:

  • Horas trabalhadas pelos tratoristas;
  • Consumo de combustível nos equipamentos;
  • Despesas com diárias dos trabalhadores;
  • Redução na aquisição de diversos produtos;
  • Menos custos com a manutenção de equipamentos e implementos de forma geral.

Quais os diferentes tipos de defensivos agrícolas?

Diversos tipos de defensivos agrícolas desempenham o papel de combater a ação prejudicial de insetos, fungos, ácaros, bactérias, plantas daninhas, entre outros. A seguir, apresentaremos informações específicas sobre cada categoria:

  • Acaricidas: Estes produtos são recomendados para combater ácaros que se alimentam de plantas, causando danos às lavouras e propagando doenças.
  • Bactericidas: Desenvolvidos para combater bactérias, os bactericidas têm a função de impedir que microrganismos prejudiciais atuem nas plantações, protegendo assim a produção contra danos.
  • Fungicidas: Como o próprio nome sugere, os fungicidas são utilizados para controlar a ação de fungos em plantações. Amplamente empregados em todo o território brasileiro devido às condições climáticas favoráveis ao surgimento desses organismos, esses defensivos são essenciais para a manutenção das produções.
  • Herbicidas: Com a finalidade de controlar as plantas daninhas, os herbicidas são amplamente adotados no manejo de plantações, desempenhando um papel crucial na preservação das culturas agrícolas.
  • Inseticidas: Os inseticidas, pertencentes à categoria de defensivos agrícolas, desempenham um papel crucial ao prevenir e controlar insetos. Os danos causados por pragas que atacam as plantações têm o potencial de inviabilizar uma safra, tornando a utilização desses defensivos essencial para garantir que as plantas alcancem a fase de colheita de maneira saudável.

Classificação toxicológica dos defensivos agrícolas

A utilização de defensivos agrícolas varia conforme o tipo de praga ou estágio da doença a ser combatido. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica esses produtos de acordo com o nível de risco que representam para o meio ambiente. Geralmente, essa classificação está associada ao percentual de dano causado pela praga ou doença na plantação.

Existem quatro classificações toxicológicas: extremamente tóxico, altamente tóxico, medianamente tóxico e pouco tóxico. A seguir, conheça a classificação ambiental associada a cada uma delas:

  • Classe I (Extremamente Tóxico): Altamente perigoso ao meio ambiente;
  • Classe II (Altamente Tóxico): Muito perigoso ao meio ambiente;
  • Classe III (Medianamente Tóxico): Perigoso ao meio ambiente;
  • Classe IV (Pouco Tóxico): Pouco perigoso ao meio ambiente.

Em síntese, fica evidente que os defensivos agrícolas desempenham um papel crucial na preservação da saúde e qualidade das plantas. Ao adotar práticas sólidas de cuidado e segurança, é viável alcançar resultados notáveis, promovendo uma significativa melhoria no cultivo e, consequentemente, no sucesso do seu empreendimento agrícola. Portanto, investir de forma consciente e responsável nesse aspecto não apenas assegura a produtividade, mas também contribui para a sustentabilidade e longevidade do seu negócio agrícola.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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