Empresa de “merda” cria solução inovadora no agro

Empresa realiza serviços de coleta, transporte e transformação de resíduos orgânicos com objetivo de agregar valor aos dejetos. “São 100 toneladas de merda por dia! É verdadeiramente uma empresa de merda. E não uma merda de empresa“, brinca o CEO da Bioativa.

Uma das grandes oportunidades do Portal, foi participar do Road Show 2023 em Mato Grosso. Na oportunidade, uma das visitas mostrou um processo inovador, onde a Startup tenta recriar as mesmas propriedades da Terra Preta da Amazônia, que é considerado o melhor solo do mundo. “São 100 toneladas de merda por dia! É verdadeiramente uma empresa de merda. E não uma merda de empresa“, brinca o CEO da Bioativa.

A empresa Agricultura Bioativa Ambiental, com sede estabelecida nos arredores da capital de Mato Grosso, realiza serviços de coleta, transporte e transformação de resíduos orgânicos com objetivo de agregar valor aos dejetos.

A Startup está revolucionando o mercado de adubos orgânicos.

Agricultura Bioativa Ambiental, uma empresa de “merda”

No coração do Brasil, na capital do maior estado produtor do país, em Cuiabá, nasceu uma empresa que está revolucionando o mercado de reciclagem. A Agricultura Bioativa Ambiental encontrou uma forma sustentável e inovadora de reaproveitar o que normalmente é descartado como lixo. Lá, resíduos orgânicos viram adubos de alta qualidade para a agricultura e pecuária.

A empresa é especialista em compostagem em grande escala, produção de compostos orgânicos e biofertilizantes. “A transformação de resíduos orgânicos em composto mineralizado é uma das formas de diminuirmos nossa dependência dos adubos químicos e aumentar nossos créditos de carbono para um planeta melhor”, explica.

A empresa conta com uma compostagem de larga escala, que conta, inclusive, com reserva de água da chuva para o período de seca. O foco principal, é a fácil implantação desses dejetos, trazendo tecnologias diferentes sobre o uso de fertilizantes, aumentando a fertilidade dos solos que eram completamente degradados.

Enquanto o lixo se acumula em aterros sanitários, a startup Bioativa vai na contramão do desperdício. Lá, cascas, sobras de colheita, dejetos de animais e outros resíduos orgânicos são transformados em fertilizantes de excelente qualidade. “Recebemos 100 toneladas diárias de material que iria parar em lixões e aterros. Além de mitigar o impacto ambiental na emissão de metano, ainda podemos gerar créditos de carbono.”, comemora o engenheiro agrônomo Paulo Teodoro, CEO da Bioativa.

Paulo Teodoro – CEO Bioativa; Foto: Agronews

“O foco da agricultura bioativa é essa transformação de forma prática utilizando técnicas diferentes. Eu costumo dizer também o seguinte, apesar de ser agrônomo, como eu atuei na primeira fase da minha vida com peixe, com piscicultura, depois com alimentação. Então eu venho mergulhando no aspecto agronômico há mais ou menos uns dez anos da minha carreira. Então eu não tenho apego a uma determinada linha eu olho pra tudo que está disponível e tento ver aquilo que é bom de cada segmento e tentar incorporar”, detalha Paulo.

O projeto conta com uma área de 20 hectares, sem irrigação, onde utilizam próprios defensivos produzidos com base nas fezes e em dejetos orgânicos. Com isso, eles desviam e mudam o processo do lixo urbano, que iria para um aterro, transformando em fertilizantes para melhorar o solo em regiões completamente devastadas e com uma saúde ruim do solo. Além de matar os patógenos com o tempo, a compostagem aeróbia também serve para evitar a emissão de metano na atmosfera.

São utilizados resíduos Classe II de segmentos como:

  • Atividades agroindustriais;
  • Indústrias alimentícias e de bebidas;
  • Indústria madeireira e moveleira;
  • Indústria frigorífica;
  • Indústria de curtumes;
  • Indústria de armazenamento e beneficiamento de grãos;
  • Lodos desidratados de ETE e ETA;
  • Estabelecimentos comerciais.

O material da compostagem fica sendo maturado por 6 meses para gerar os micro-organismos antes de ir para as lavouras. Após a maturação, o material vai para o peneiramento, aí sim é produzido de acordo com a demanda.

O resultado do processo é a Terra Bioativa, um adubo orgânico-mineral premium para a pastagem e agricultura. “Entregamos um produto de excelência e que dá lucro para os produtores rurais.”, afirma o empresário. Conforme pesquisas realizadas pela Startup, a produção de pastagem pode aumentar em até 25% com aplicação correta desse tipo de adubo.

Biochar e a Terra Preta da Amazônia

A Bioativa preza por processos em ciclo fechado, transformando materiais normalmente desperdiçados em produtos úteis. Foi assim que surgiu o interesse dos fundadores pelo Biochar. “Vendo o desperdício de madeira no campo de eucalipto após a colheita, se depararam com tecnologias para a produção de carvão vegetal visando uso agrícola, tentando mimetizar a Terra Preta da Amazônia“, conta Paulo Teodoro.

Inspirada nesse legado de sustentabilidade, a empresa encontrou no Biochar mais uma forma de agregar valor a um material antes negligenciado. A Terra Preta da Amazônia é considerada a melhor terra do mundo e a startup tenta recriar as mesmas propriedades deste tipo de solo. “Essa terra fértil da Amazônia foi criada pelo homem, pelos ameríndios, que depositavam matéria orgânica e carvão vegetal em valas de cultivo. Também é um solo ‘Fabricado’ pelos primeiros habitantes das américas.“, compara Paulo.

Foto: Agronews

Futuro promissor

E o olhar está tão lá na frente, que o planejamento da Bioativa já está andando lado a lado com o assunto do momento: o crédito de carbono.  Afinal, essa transformação de resíduos orgânicos pode gerar créditos de carbono de até 900 kg por tonelada de resíduo úmido processado.

“Na minha concepção de agricultura regenerativa nós precisamos abrir o leque do olhar. Tem várias coisas boas que a gente pode incorporar dentro da agricultura regenerativa, como o próprio nome diz, regenerar. Eu só tenho que regenerar alguma coisa que foi degenerada. Então se a metodologia de trabalho aqui na baixada Cuiabana ou em qualquer área do Brasil gerou degradação o que que gerou essa degradação? Estão vinculadas as práticas e os insumos que eu adotei”, finaliza Paulo.

Compre Rural com informações da Agronews, Bioativa e Assessoria

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