Ocorrerá nos estados do Ceará, Bahia e Paraná, com o objetivo de se posicionar no novo mercado para a tecnologia que começa a se desenvolver no Brasil.
A Engie Brasil (EGIE3) está negociando parcerias para integrar projetos de produção de hidrogênio verde nos Estados do Ceará, Bahia e Paraná, com o objetivo de se posicionar no novo mercado para a tecnologia que começa a se desenvolver no Brasil.
Os estudos da companhia elétrica de origem francesa envolvem projetos de plantas do combustível produzido a partir de energia elétrica renovável com diferentes capacidades, variando entre 100 megawatts (MW), 150 MW e 180 MW.
“(São) Várias iniciativas, algumas vão evoluir e outras não. Precisamos estar bem ativos nessas parcerias”, disse o CEO da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, à Reuters.
Segundo ele, a elétrica vem conversando com diferentes agentes, desde governos estaduais, fornecedores de equipamentos até empresas de navegação que poderiam fazer o transporte do combustível para exportação.
O hidrogênio verde desponta como um importante combustível alternativo no processo de transição energética e vem atraindo a atenção de várias empresas, principalmente de setores mais poluentes e que buscam descarbonizar suas operações, como mineração, petróleo e químico.
No caso da Engie, a empresa pode se inserir na cadeia do hidrogênio verde como fornecedora de energia renovável para a produção ou mesmo como fornecedora do próprio combustível a clientes que buscam reduzir suas emissões de carbono, disse Sattamini.
“Isso é uma maneira de a gente entrar na distribuição do hidrogênio… Mas tudo isso vai surgir à medida que o mercado exista”, acrescentou.
No Brasil, vários projetos de hidrogênio verde começaram a aparecer no último ano, principalmente em caráter de teste de suas possíveis aplicações na indústria.
Na semana passada, a química Unigel divulgou planos para construir uma fábrica do combustível no polo industrial de Camaçari (BA), com investimento inicial de 120 milhões de dólares, em uma das maiores iniciativas já anunciadas no país para a tecnologia.
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Na visão de Sattamini, o hidrogênio verde tem um potencial enorme, mas ainda encontra um cenário desafiador para se viabilizar. “A equação ainda não fecha (economicamente). Tem que ter alguém querendo pagar o preço pelo hidrogênio que justifique esse caráter verde”, disse, observando que o mercado internacional tem se mostrado mais “receptivo” a pagar esse prêmio.
Além das parcerias, a Engie Brasil estuda licitações internacionais para vender hidrogênio verde. A principal iniciativa atualmente no mercado é a H2Global, do governo da Alemanha.
Sattamini afirma que essas licitações representarão importantes “offtakers” (compradores) para o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde, mas pondera que há algumas indefinições. Ainda não sabe, por exemplo, quais serão as exigências para a produção do combustível, ou o que será efetivamente considerado como “hidrogênio verde”.