Exército pede remoção de antenas de telefonia no Chaco paraguaio

Muitos Fazendeiros brasileiros que residem no local poderão ser prejudicados pela falta de comunicação no Chaco paraguaio

Segundo o portal de notícias ABC, o comandante do III Corpo de Exército, Melanio Salomón Servín Aquino, por meio de nota dirigida ao comandante do Exército, César Augusto Moreno, solicitou a rescisão do acordo de cooperação entre o Ministério da Defesa e a Companhia Telefônica (TIGO), que possui antenas no interior destacamentos e postos militares porque os moradores supostamente responsabilizam os militares pelas falhas no atendimento telefônico, deixando uma “imagem ruim” para a instituição militar.

Moradores, fazendeiros e habitantes das áreas rurais de Pico, Lagerenza, 4 de maio e outras cidades denunciaram que o comandante do III Corpo de Exército, Melanio Salomón Servín Aquino, por meio de nota dirigida ao comandante do Exército, César Augusto Moreno, solicitou a rescisão do acordo de cooperação entre o Ministério da Defesa Nacional e a Companhia de Telefonia Celular do Paraguai (TIGO), a nota é datada de 31 de maio.

O motivo das denúncias feitas pelos moradores e pela própria telefonia é que o serviço não funciona na região (divisa entre os departamentos de Boquerón e Alto Paraguai) por causa dos próprios militares, que supostamente extraem as baterias e outros elementos das bases onde estão as antenas para usá-las em benefício próprio, algo que não pôde ser verificado, mas que nas palavras dos moradores os deixa incomunicáveis por dias.

“Na minha qualidade de Comandante do III Corpo de Exército, tenho repetidamente comunicado aos responsáveis pelo serviço telefônico exigindo l uma explicação por escrito para as falhas permanentes do servico e até à data não me responderam (…) retirada dos seus materiais e equipamentos das instalações dos Destacamentos e Postos Militares”, lê-se na nota.

Os factos, nas palavras do comandante, constituem uma “má imagem da Instituição Militar perante a população civil”. Por seu lado, os moradores criticaram a atitude “ditatorial” manifestada pelo Comandante Servín visto que na zona não têm outra cobertura telefónica, pelo que é de extrema importância que os mantenham a comunicar. “Muitas vezes, até para chegar nas fazendas, é preciso orientar os caminhões, vacinadores, trabalhadores e outros por telefone; é impossível ficar desconectado”, disse um dos moradores.

Quanto à saúde, um dos poucos postos de saúde da região de Serra Leoa, que conta com apenas uma enfermeira, utiliza a comunicação telefônica em muitos casos de emergência para atender doentes ou feridos ou estocar remédios e coordenar transferências, por isso é impensável não ter algo tão básico como um sinal de celular.

Brasileiros no Chaco

A presença de brasileiros no Chaco paraguaio, região localizada no noroeste do Paraguai, é significativa. Ao longo das últimas décadas, muitos brasileiros migraram para essa região em busca de oportunidades econômicas, principalmente na agricultura e pecuária.

O Chaco paraguaio é conhecido por suas vastas áreas de pastagens e terras agricultáveis, o que atraiu investimentos brasileiros na produção de grãos, como soja, milho e trigo, além da criação de gado. A presença de empresas e fazendas brasileiras no Chaco contribuiu para o desenvolvimento agrícola e econômico da região, gerando empregos e impulsionando a produção agrícola.

Além disso, muitos brasileiros estabeleceram pequenos negócios e empreendimentos comerciais no Chaco, atuando em setores como comércio, serviços e turismo. Essa presença brasileira tem impacto na economia local, gerando renda e impulsionando o comércio.

No entanto, é importante mencionar que a presença brasileira no Chaco também enfrenta desafios e controvérsias. Questões relacionadas à posse de terras, impacto ambiental e conflitos com comunidades indígenas têm sido levantadas ao longo dos anos. A expansão da fronteira agrícola e pecuária brasileira no Paraguai, incluindo o Chaco, gerou debates sobre direitos territoriais e preservação ambiental.

No geral, a presença de brasileiros no Chaco paraguaio é uma parte importante da dinâmica econômica e social da região. A influência brasileira na agricultura, pecuária e comércio contribui para o desenvolvimento local, mas também traz desafios e discussões sobre questões relacionadas à terra, meio ambiente e direitos humanos.

Sobre a região

A floresta Chaco, também conhecida como Gran Chaco, é uma vasta região de floresta subtropical localizada na América do Sul, abrangendo partes do Paraguai, Argentina, Bolívia e Brasil. Com uma área de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados, é uma das maiores florestas secas do mundo.

A vegetação do Chaco é adaptada a condições áridas e sazonais, com uma estação chuvosa curta e um longo período de seca. As árvores dominantes incluem o algarrobo, que é uma espécie resistente à seca, o quebracho-branco e o quebracho-colorado, conhecidos por sua madeira dura e resistente. A vegetação também inclui arbustos espinhosos, cactos e gramíneas.

A fauna do Chaco é diversa e adaptada às condições desafiadoras do ambiente. A região abriga uma variedade de mamíferos, incluindo o tamanduá-bandeira, o tatu, a anta, o veado, o puma e o jaguar. Além disso, muitas espécies de aves, répteis e anfíbios podem ser encontradas na floresta Chaco.

A população humana que vive no Chaco é composta principalmente por comunidades indígenas e agricultores. A região é conhecida por sua agricultura de subsistência, com cultivo de milho, feijão, mandioca e algodão. No entanto, a expansão agrícola, o desmatamento e a pecuária intensiva têm representado uma ameaça significativa para a floresta Chaco nas últimas décadas.

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