Expansão do transporte de frango por trilhos estabelece recorde para Brado

A expansão da gripe aviária tem impulsionado o Brasil como um dos principais fornecedores de frango

Aproveitando essa tendência, a Brado, subsidiária da Rumo especializada em logística, registrou um crescimento de 16% no transporte de carne congelada, incluindo o frango, por ferrovia, alcançando um pico histórico de 8.346 contêineres no primeiro trimestre.

Apesar da disseminação do vírus altamente patogênico da gripe aviária (H5N1) no país, as aves silvestres são as principais afetadas, não representando uma ameaça direta às granjas avícolas comerciais. Isso tem permitido a continuidade das operações de transporte de mercadorias para os mercados interno e externo.

A Brado não registrou impactos no volume transportado até o momento. “As operações continuam em alta em relação ao ano anterior”, afirmou Graciele Santos, gerente de contas da empresa, em entrevista à Globo Rural. A origem do frango transportado pela Brado são as regiões avícolas do Paraná, o maior estado produtor e exportador de frango do Brasil. Essa carne é enviada ao porto de Paranaguá, com destino a países como China, África do Sul, Japão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e México.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontou um aumento de 15,1% nas exportações de frango no primeiro trimestre, confirmando a tendência de crescimento. Até maio, o Brasil atingiu um recorde nas vendas externas do produto, totalizando 2,183 milhões de toneladas.

Embora seja difícil determinar a proporção exata do frango transportado por trilhos no Brasil, estima-se que entre 20% e 40% da proteína exportada pelo país seja transportada por esse modal. Geralmente, a maioria das cargas agropecuárias é transportada por rodovias, de acordo com Yago Travagini Ferreira, chefe de proteína animal da consultoria Agrifatto.

O transporte ferroviário de frango oferece vantagens significativas, sendo o custo reduzido a principal delas. Em comparação ao transporte por caminhões, a opção ferroviária pode gerar uma economia entre 6% e 10% considerando a mesma rota percorrida pela Brado até o porto, conforme estimado por Ferreira. Além disso, o transporte ferroviário proporciona maior segurança, com menor risco de furtos e roubos, e garante maior cumprimento dos prazos de embarque.

A Brado atribui o crescimento dos resultados não apenas ao cenário promissor, mas também à conquista de novos clientes. A localização estratégica da empresa, com terminais em Cascavel e Cambé, ambos no Paraná, é um fator adicional que contribui para o sucesso das operações. A empresa é responsável pelo transporte de grande parte do frango exportado pelo estado.

O processo de transporte inicia-se no porto de Paranaguá, onde os contêineres refrigerados são enviados vazios para os terminais multimodais. Em Cambé, os contêineres passam por preparações, como testes de maquinário, controle de temperatura, reparos em avarias estruturais e higienização. A avaliação é realizada por empresas designadas pelos armadores, responsáveis pelos contêineres.

Após a preparação, os contêineres são transportados de caminhão para os abatedouros, onde são carregados com cerca de 27 toneladas de cortes de frango congelados e embalados, e têm a documentação emitida. Em seguida, retornam aos terminais, onde são conectados à energia elétrica e passam por monitoramento frequente da temperatura. A temperatura de saída da fábrica para os contêineres é, em média, de -18 graus Celsius.

A Brado utiliza trens compostos por 41 vagões para transportar os contêineres ao longo de 633 quilômetros, percorrendo aproximadamente três dias e meio pela ferrovia até o porto. A produtividade do transporte ferroviário tem melhorado significativamente nos últimos anos, com uma redução considerável no tempo de deslocamento. Há cerca de cinco anos, o tempo de trânsito de Cambé a Paranaguá era de cinco a seis dias. Essa redução tem beneficiado a solução de transporte da Brado, especialmente por se tratar de uma carga perecível de alto valor agregado.

Durante a viagem marítima, os contêineres permanecem conectados à energia elétrica para manter a temperatura adequada, evitando variações indesejadas. O monitoramento contínuo é essencial para garantir a qualidade do frango congelado durante todo o trajeto.

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