Exportações de carne para China mais que dobraram em 2022

No mercado internacional, o preço do boi vivo está em queda o que pode aliviar um pouco os preços e segurar a operação dos pecuaristas, segurando o abate.

A suspensão das exportações de carne bovina para a China provavelmente irá até abril, conforme informou o presidente da Associação de Exportadores Brasileiros, José Augusto de Castro. O prazo é mais realista, conforme o executivo disse à CNN, haja vista o tempo necessário para esclarecer todos os pontos e retomar os embarques.

É importante destacar que os valores das exportações para o país asiático mais que dobraram em 2022, saindo de US$ 3,906 bilhões em 2021, para US$ 7,950 bilhões em 2022. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços. Para José Augusto, a oferta de carne não deve mudar os preços no mercado interno. No mercado internacional, o preço do boi vivo está em queda o que pode aliviar um pouco os preços e segurar a operação dos pecuaristas, segurando o abate.

Tratando de “carne bovina fresca, refrigerada ou congelada”, o Brasil vendeu US$ 11,81 bilhões para o mundo. Só a exportação para a China corresponde a 67%. Apenas em janeiro de 2023, a venda da proteína para a China somou US$ 483,3 milhões. O valor supera o que foi exportado para os Estados Unidos – 2º maior destino da carne bovina brasileira – em todo o ano de 2022.

Na quarta-feira (22) foi anunciada, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a suspensão temporária do comércio de carne bovina com a China, devido à confirmação de um caso do mal da “vaca louca” em Marabá (PA). A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma doença provocada por um príon (partícula infecciosa formada por uma mutação de proteínas). A partícula é menor do que um vírus e não configura um ser vivo. Em bovinos, afeta o sistema nervoso e provoca comportamento alterado e irritabilidade no animal.

Em 100% dos casos o mal leva à morte do animal e não há tratamento ou vacina contra a doença. Há duas formas da enfermidade: a típica (ou clássica) e a atípica. Conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária, a doença é considerada atípica “quando originada dentro do próprio organismo do bovino, se dá de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados”. Já a forma clássica do “mal da vaca louca” é transmitida por meio do alimento, o que pode levar à disseminação rápida em um rebanho.

É necessário enfatizar que o período de incubação do príon varia de 2 a 10 anos – por isso, a ocorrência de casos é mais comum em bovinos mais velhos, sendo os sintomas mais comuns alterações no comportamento sociável dos animais, causando agressividade, medo excessivo, depressão e isolamento.

A infecção no sistema nervoso afeta ainda o sistema motor e provoca tremores musculares, assim como perda de coordenação e dificuldades para se locomover.  Em humanos, a transmissão se dá pela ingestão de carne contaminada ou por transfusão de sangue de outra pessoa com a presença dessa partícula de proteína e causa uma variante, chamada doença de Creutzfeldt-Jakob, com efeitos similares ao “mal da vaca louca”.

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