
Ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, afirmou que a decisão de pedir a demissão do diretor responsável do leilão do arroz, vem após Carlos Fávaro ter aprovado a saída do funcionário da Conab
Neste sábado (22), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, anunciou à colunista Andreza Matais, do UOL, que solicitará a demissão do diretor de Operações e Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago José dos Santos, na próxima segunda-feira. Ele ocupa a diretoria mais importante da Conab, empresa pública responsável por regular o preço dos alimentos.
Santos, atualmente em licença, é responsável pela área que conduziu o leilão de arroz importado, recentemente anulado por motivos de “falcatrua”, conforme denunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira. “Conforme ajustado com o ministro Carlos Fávaro, envio para o Conselho de Administração da Conab o pedido de demissão de Thiago José dos Santos”, informou Teixeira.
Conforme anunciou durante a entrevista, Fávaro, titular do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), já autorizou a saída de Santos. Nesse cenário, a decisão segue a entrevista publicada com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que já havia autorizado Teixeira a tomar essa medida. Apesar de a Conab ser vinculada ao Desenvolvimento Agrário, foi a pasta da Agricultura que indicou Santos para o cargo.
Também ao UOL, em entrevista, Fávaro mencionou que o governo poderia reconsiderar o leilão de arroz importado caso alternativas para evitar a alta de preços e o desabastecimento fossem encontradas, diante da crise climática no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no país. No entanto, Teixeira discordou, afirmando que “o leilão não será anulado.”
Bancada ruralista é contra o leilão
A bancada ruralista, a área técnica da Conab e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se opõem ao leilão, levantando suspeitas sobre a insistência do governo e defendendo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o processo anulado. O governo planeja gastar R$ 1,3 bilhão na compra de 263,37 mil toneladas de arroz importado. Deputados, inclusive, já levantaram a suspeita de formação de cartel.
No entanto, Teixeira discordou, afirmando que “o leilão não será anulado.”
Procurado para comentar o assunto, Santos afirmou não ter nada para dizer porque ainda não recebeu notificação de sua possível saída.
Quem é Thiago Santos
A demissão de Thiago José dos Santos deve-se mais aos seus laços políticos do que ao leilão em si. Ele foi assessor do ex-deputado Neri Geller, demitido da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura após a revelação de que um ex-assessor participou do polêmico leilão de arroz, vencido por empresas de fora do setor agrícola, incluindo uma locadora de veículos, uma empresa de queijo e uma processadora de polpa de frutas.
Santos, atualmente de licença remunerada em meio ao escândalo do arroz, foi autorizado a se afastar pelo presidente da Conab, Edegar Pretto, do PT. A esposa de Neri Geller, Juliana Geller, também está empregada na Conab, a pedido do ex-deputado, permanecendo no cargo de assessora da presidência com um salário de R$ 15 mil.
Geller justificou a nomeação de sua esposa pela necessidade de complementar sua renda em Brasília, onde o custo de vida é elevado. Como secretário, seu salário era de R$ 18,4 mil, e em sua campanha de 2022, ele declarou um patrimônio de R$ 3 milhões.
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