
Fundamental para o país, o aumento da contribuição do agronegócio para a economia do país foi impulsionado por safras recordes de soja e milho, além das exportações de commodities agrícolas.
O gigante setor agropecuário brasileiro, fundamental para a economia do país, deve apresentar um crescimento superior aos 35%, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Apenas no primeiro semestre de 2023, o agronegócio brasileiro registrou um crescimento significativo, com um aumento de 15,5% no Produto Interno Bruto (PIB), comparando com o mesmo período do ano anterior.
Ainda segundo os dados do Cepea, a contribuição do setor agrícola para a economia brasileira atingiu R$ 1,35 trilhão nos primeiros seis meses de 2023, em comparação com R$ 1,16 trilhão no mesmo período de 2022. O pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV (FGV Agro) Felippe Serigatti explica que em 2023 o Brasil colheu uma “senhora super safra”, tanto no primeiro quanto no segundo semestre. De acordo com ele, no primeiro trimestre é normal que seja maior o volume de colheita. Este período é conhecido como safra de verão.
Com esse cenário, analistas apontam que o crescimento do setor agrícola foi impulsionado por diversos fatores, como a recuperação da demanda global por commodities agrícolas, o aumento dos preços dos produtos agropecuários e as condições climáticas favoráveis. Apesar de enfrentar desafios, espera-se que o setor agro experimente um crescimento exponencial em 2023. Este crescimento é atribuído a fatores como a continuidade da produção recorde de grãos e expectativas positivas para o segundo semestre do ano.
“O agronegócio brasileiro em 2023 continua a ser um pilar da economia do País, impulsionando o crescimento e enfrentando desafios de maneira determinada. Com um compromisso crescente com a sustentabilidade e a inovação, o setor está bem-posicionado para enfrentar o futuro e continuar a desempenhar um papel fundamental na alimentação do mundo”, afirmou ao Canal Rural a economista e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Nadja Heiderich.
Segundo a professora, a sustentabilidade permanecerá em destaque enquanto o Brasil trabalha para cumprir objetivos ecológicos e satisfazer os consumidores informados. A tecnologia terá uma importância vital, através da adoção de práticas de agricultura de precisão e da combinação de dados para melhorar a eficácia e a decisão estratégica.
“No entanto, desafios persistem, incluindo a necessidade de investir em infraestrutura logística para garantir o transporte eficiente dos produtos agrícolas para os mercados internacionais”, acrescenta.
Para o final do ano, o especialista afirma que as expectativas já estão precificadas. “O termômetro do PIB para o agro são os dois primeiros trimestres e este ano já se consolidou como positivo. Os próximos trimestres, naturalmente, viram mais baixo porque não indicarão produção, uma vez que o setor entra num período de plantio. Esse é o ciclo”, conclui Sergatti.
Safra de Grãos Recordes
Agro brasileiro dá salto em 20 anos e hoje equivale ao PIB da Argentina. A safra recorde de mais de 300 milhões de toneladas esperada para o Brasil neste ano evidencia a proporção que o agronegócio tomou dentro da economia brasileira. Entre 2002 e 2022, o PIB agrícola do País saltou (em números deflacionados) de US$ 122 bilhões para US$ 500 bilhões – o equivalente a uma Argentina.
De acordo com o economista José Roberto Mendonça de Barros, o agronegócio brasileiro apresentou um crescimento extraordinário nos últimos 40 anos, com destaque para os últimos 20 anos. “Diferentemente do que aconteceu no setor urbano, seja na indústria ou em serviços, o crescimento do agronegócio é persistente e essa é a primeira lição que o agro dá. Crescer sempre é mais importante do que crescer muito em alguns anos e cair nos anos seguintes. É um crescimento sustentável, o que torna o agronegócio bastante competitivo”, disse.
Em 20 anos, a safra de grãos subiu de 120,2 milhões de toneladas para 310,6 milhões, uma alta de 258%. Já a área plantada passou de 43,7 milhões para 76,7 milhões de hectares, um aumento de 76,5%. Os números mostram que a produção cresceu três vezes mais do que a área ocupada pelas lavouras, o que se deve ao ganho de produtividade, graças a investimentos em pesquisa e tecnologia.

Projeção para 2023
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro poderá alcançar R$ 2,65 trilhões neste ano, 35,9% mais que em 2022, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). As contas incluem as atividades desenvolvidas antes, dentro e fora da porteira.
Considerando-se também o desempenho da economia brasileira como um todo, até o momento, o agronegócio pode responder por 24,4% do PIB do País em 2023.
O incremento previsto é puxado pelo setor primário, cujo PIB poderá crescer 5,6%, para R$ 760 bilhões. Cepea e CNA também projetam altas de 0,4% para o PIB da agroindústria, que alcançaria R$ 609 bilhões, e de 0,6% para a área de serviços voltados ao setor, para R$ 1,12 trilhão. Já o PIB dos insumos deverá cair 15,7%, para R$ 162,7 bilhões), em boa medida graças à queda dos preços dos fertilizantes.

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