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Gigantes do Agro abrem empresa de frete, confira!

O projeto-piloto permitiu o transporte de 17 milhões de toneladas de cargas em 2020, em 500 mil viagens, que movimentaram R$ 2 bilhões em fretes.

Ao mesmo tempo em que investem para acelerar a produção da “porteira para dentro” e para consolidar um portfólio de maior valor agregado, as maiores tradings agrícolas do mundo continuam a buscar formas de cortar custos e melhorar a eficiência de suas operações. E uma das frentes dessa estratégia é a logística. Assim – e tal como fez recentemente a americana Bunge -, a francesa Louis Dreyfus Company e a brasileira Amaggi decidiram transformar em empresa independente a plataforma de contratação de fretes rodoviários que criaram em 2019.

Para isso, as parceiras se juntaram às também americanas Cargill e ADM, outras gigantes do agronegócio, e ao mato-grossense Tip Bank, instituição de pagamento que atua no setor há 15 anos, com o objetivo de trazer ao mercado um sistema completo de logística e gestão integrada.

Ainda sem nome oficial, a nova empresa nasce dividida em partes iguais entre todos os sócios e com a expertise de dois anos da Carguero. Ainda como plataforma, o projeto-piloto permitiu o transporte de 17 milhões de toneladas de cargas em 2020, em 500 mil viagens, que movimentaram R$ 2 bilhões em fretes.

“A LDC e a Amaggi investiram R$ 50 milhões em tecnologia nos últimos dois anos, mas precisavam de robustez para que a ferramenta não ficasse restrita apenas a um ‘match’ entre caminhoneiros e embarcadores. A expectativa é que o investimento dobre de valor em cinco anos”, afirmou ao Valor Luis Barbieri, executivo que saiu da LDC há dois anos para tocar o Carguero.

Segundo ele, ADM e Cargill procuraram LDC e Amaggi para integrar o projeto. E, como era de se esperar, Barbieri desconversou sobre a integrante “B” do grupo das grandes tradings multinacionais conhecido como “ABCD” estar fora do negócio – a Bunge, em sociedade com a argentina Target, transformou o aplicativo Vector em uma companhia independente em maio. “Cada empresa tem um processo decisório diferente”, disse ele. Segundo Barbieri, o diferencial da plataforma de Amaggi, Dreyfus, Cargill e ADM será facilitar a gestão da movimentação.

“Temos a gestão completa da logística, como a possibilidade de o caminhoneiro ver os embarques disponíveis nos próximos sete dias. Ele também poderá fazer vários filtros na busca de cargas e, o mais importante, oferecemos a digitalização de documentos”. A depender do trajeto e da carga, é comum o motorista ficar duas ou três horas para ter acesso a uma nota fiscal por e-mail ou ter que parar em um posto de combustíveis, por exemplo, para emitir o documento.

O modelo de negócio desenvolvido pela Carguero não difere muito do de plataformas como Fretebras ou CargoX, cujas participações de mercado são de cerca de 80% e 10%, respectivamente, levando-se em conta faturamento bruto.

A transportadora paga uma taxa de serviço pela contratação de um caminhoneiro, ou o embarcador paga um valor para encontrar a transportadora. Do caminhoneiro, nada é cobrado.

“A transportadora tem um custo operacional para contratar um motorista de R$ 3 a R$ 9 por tonelada. Entendemos que ela terá esse custo reduzido e sua oferta ampliada se a nossa plataforma for usada”, acrescentou Barbieri. Por influência dos sócios no negócio, inicialmente, a nova empresa atuará preferencialmente no transporte de grãos e derivados, açúcar e fertilizantes. E as operações, por enquanto, ficarão restritas ao Brasil.

A plataforma Carguero tem 100 mil motoristas cadastrados que recebem sua remuneração por meio de um cartão pré-pago do Tip Bank, cuja bandeira Visa permite sua utilização em uma grande rede de estabelecimentos espalhadas pelo país.

Tip Bank, aliás, foi fundado em 2007 por executivos da Amaggi, cuja sede é em Cuiabá, com o propósito de ser um instrumento para pagamentos no campo. Atualmente, ele tem mais de mil postos de combustíveis credenciados e vale-pedágio.

Um estudo desenvolvido pelo Grupo de Extensão em Logística da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” (Esalq/USP), divulgado em janeiro mostra que o modal rodoviário é responsável por entre 67% e 69% do transporte de grãos no país, com média de viagem para cada carga de 357 quilômetros. Para operar, a nova empresa precisa de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central. A expectativa é que esse processo leve de seis a nove meses.

Fonte: Valor Econômico.

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