Em comunicado, a Petrobras e Governo Federal, anunciaram que estão avaliando o cronograma e viabilidade econômica para dar início retomada das obras da maior indústria de fertilizantes da América Latina; A capacidade de produção é de 3,2 mil toneladas de ureia.
Em coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (4), no Rio de Janeiro, a Petrobras comunicou que irá retornar ao setor de fertilizantes no Brasil. Com isso, a estatal deve retomar em breve a operação da fábrica de fertilizantes nitrogenados do Paraná e também dar continuidade às obras de construção da UFN3 em Três Lagoas, interrompidas em 2014, com 82% de conclusão. A unidade, assim que pronta, terá capacidade de produção é de 3,2 mil toneladas de ureia, ou seja, a maior indústria de fertilizantes da América Latina.
Essa movimentação faz parte de uma estratégia maior da empresa de voltar ao setor de produção de fertilizantes, impulsionada por mudanças em sua gestão e uma nova direção estratégica. O investimento bilionário representa não apenas a revitalização da fábrica, mas também sinaliza um novo impulso para a indústria de fertilizantes no Brasil.
“É um passo muito importante porque representa a reentrada da Petrobras na fabricação de fertilizantes, que é uma diretriz nacional, e não só da Petrobras, após a invasão da Ucrânia pela Rússia”, informou o presidente da companhia, Jean Paul Prates durante entrevista para detalhar o balanço do segundo trimestre da empresa.
Em um primeiro momento, a estatal vai anunciar a retomada das operações da Ansa, unidade de fertilizantes nitrogenados no Paraná. De acordo com a Petrobras, um grupo concluiu que há viabilidade na estratégia comercial em retomar a unidade, com a produção de ureia e Arla 32, produto que reduz emissões em veículos a diesel. Antes da retomada, a fábrica deve passar por uma manutenção que deve durar oito meses. A Petrobras já havia tentado vender a unidade durante gestões anteriores, mas as negociações não foram concluídas.
Em Mato Grosso do Sul, outra fábrica que chegou a ser colocada à venda, que deve voltar aos planos de investimentos da Petrobras é a UFN-3, em Três Lagoas. As obras de construção da planta foram interrompidas em dezembro de 2014, com 82% de conclusão, devido à rescisão do contrato da Petrobras com o consórcio responsável, formado por Sinopec e Galvão Engenharia.
As obras da fábrica começaram em 2011 e foram paralisadas em dezembro de 2014, quando a Petrobras rompeu o contrato com o consórcio que havia vencido a licitação para a construção, alegando descumprimento do contrato. A estatal colocou a UFN3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. Agora, novamente o grupo finaliza a negociação deste importante ativo estratégico para Mato Grosso do Sul.
De acordo com o diretor-executivo de processos industriais e produtos da Petrobras, William França, a companhia está avaliando o cronograma e viabilidade econômica para a retomada das obras que possibilitaria uma capacidade de produção de 3,2 mil toneladas de ureia, utilizando gás natural como matéria-prima, transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil.
“É uma fábrica mais moderna, com um rendimento de produção de ureia muito maior do que o das plantas atuais. Acreditamos muito no potencial de retomada das obras”, comentou o diretor.
Em junho, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sinalizou ao governador Eduardo Riedel (PSDB) e à ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) a retomada de estudos e possíveis investimentos em fertilizantes. Durante reunião em Brasília, Prates reforçou o interesse em ver de perto a situação da UFN3 em Três Lagoas.
Em paralelo com as plantas do Paraná e Mato Grosso do Sul, outras duas fábricas de fertilizantes da Petrobras no Nordeste, em Sergipe e na Bahia, também estão dentro dos planos de retomada do setor. Atualmente, as duas unidades estão arrendadas para a Unigel, com quem a estatal está negociando uma possível parceria, que incluiria ainda a produção de hidrogênio verde.
As duas fábricas de fertilizantes da Petrobras foram arrendadas à empresa privada durante o governo de Jair Bolsonaro, em contratos de dez anos, porém as duas enfrentam crise financeira e de operações. Os trabalhos nas unidades foram interrompidos depois que Unigel alegou que a falta de flexibilidade nos contratos de gás tornava as operações economicamente inviáveis.
Anúncio deve vir do próprio Presidente Lula
A UFN3, também conhecida como Fafen-MS, tem o potencial de se tornar uma das principais fábricas de fertilizantes do país. Com uma capacidade de produção anual estimada em 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia, a fábrica utilizará gás natural transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil como matéria-prima. Além disso, a produção de gás carbônico, que é um insumo crucial para diversos setores da indústria, ampliará ainda mais o impacto da UFN3.
O anúncio previsto para o próximo dia 11, quando o presidente Lula lançará o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), adiciona uma dose extra de expectativa ao investimento bilionário em Mato Grosso do Sul. Com a retomada da UFN3, a região poderá alavancar sua economia e fortalecer sua posição no mercado de fertilizantes.
A iminente retomada da fábrica de fertilizantes UFN3 em Três Lagoas sinaliza não apenas uma nova fase para a Petrobras, mas também uma revitalização na indústria de fertilizantes do Brasil. Com um investimento bilionário e uma estratégia redefinida, a empresa está posicionando-se para desempenhar um papel crucial na produção de insumos agrícolas essenciais, contribuindo para a segurança alimentar e o crescimento econômico do país. A retomada das atividades na UFN3 não é apenas uma conquista local, mas um marco importante para o setor industrial nacional.
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