
As previsões alertam para fortes tempestades, ventos de até 100 km/h e risco de granizo em diversas regiões; fenômeno La Niña intensifica instabilidades e altera o padrão climático do país
O Brasil inicia a segunda quinzena de outubro sob o impacto de uma mudança expressiva no regime de chuvas, após semanas de estiagem e temperaturas acima da média. De acordo com o Boletim Agroclimatológico do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e previsões da Climatempo, as próximas semanas serão marcadas por volumes expressivos de precipitação, temporais e ventos intensos especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, com reflexos também no Sul e Norte do país.
Alerta de temporais e ventos fortes
O INMET emitiu aviso de “perigo potencial” para chuvas intensas entre os dias 13 e 14 de outubro, abrangendo centenas de municípios em estados como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Espírito Santo. O alerta prevê chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, acompanhada de ventos de 40 a 60 km/h, além de baixo risco de corte de energia, queda de galhos e alagamentos.
A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, destaca que o calor acumulado e o aumento da umidade criaram as condições ideais para a formação de nuvens do tipo cumulonimbus, responsáveis pelos temporais. “A presença de uma nova frente fria sobre São Paulo e Mato Grosso do Sul aumenta o risco de chuva forte e queda de granizo nessas áreas”, explica. Cidades como São Paulo, Campo Grande, Belo Horizonte e Goiânia devem registrar pancadas de chuva de moderada a forte intensidade durante a semana.
Região por região: o que esperar
Segundo o boletim agroclimatológico do INMET, o trimestre outubro-novembro-dezembro (OND) será de chuvas acima da média em boa parte do país. O Sudeste terá volumes elevados em Minas Gerais, Espírito Santo e centro-norte de São Paulo, com recuperação gradual da umidade no solo e condições favoráveis para o plantio de soja e milho. Já o Centro-Oeste deve registrar chuvas até 30 mm acima da média, revertendo o quadro de seca que vinha preocupando os produtores.
No Sul, as precipitações devem se manter próximas da média, mas com excedentes hídricos que podem ultrapassar 150 mm em áreas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — cenário positivo para as lavouras de inverno, porém com risco de atrasos no início da safra de verão. No Nordeste, a previsão é de chuvas abaixo da média em grande parte dos estados, com exceção do litoral leste, onde o tempo deve se manter mais úmido.
Influência da La Niña e efeitos agrícolas
Os dados mais recentes apontam para a configuração do fenômeno La Niña no Pacífico Equatorial, confirmada por órgãos internacionais de meteorologia, com 60% de probabilidade de persistência até dezembro. A La Niña tende a favorecer a formação de corredores de umidade do Norte para o Centro-Oeste e Sudeste, estimulando chuvas mais frequentes e intensas sobre o país.
De acordo com a Climatempo, a reorganização dos ventos em altos níveis da atmosfera será determinante para o aumento das instabilidades. A previsão é de que as chuvas se tornem mais regulares na segunda quinzena de outubro, especialmente em regiões produtoras do Centro-Oeste e Sudeste, garantindo reposição da umidade do solo e início do plantio das novas safras.
Orientações e cuidados
Diante do alerta meteorológico, o INMET recomenda evitar abrigo sob árvores, estacionar veículos próximos a placas ou torres de energia e desconectar aparelhos elétricos durante tempestades. Em caso de emergência, o órgão orienta contatar a Defesa Civil (199) ou o Corpo de Bombeiros (193).
As próximas semanas serão decisivas para o campo. Após meses de seca e temperaturas extremas, o retorno das chuvas representa alívio para a agricultura, mas também exige atenção redobrada para evitar prejuízos causados por excesso de precipitação e ventos fortes.
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