Lucro da JBS dispara com ganhos de R$ 4,6 bilhões

No acumulado de 2020, por sua vez, a companhia teve lucro de R$ 4,60 bilhões, apesar do lucro alto o resultado é 24,2% pior que os R$ 6,07 bilhões de 2019.

A JBS (JBSS3) encerrou o quarto trimestre com um lucro líquido de R$ 4,02 bilhões, o que representa uma alta de 65% ante os R$ 2,44 bilhões apresentados um ano antes.

No acumulado de 2020, por sua vez, a companhia teve lucro de R$ 4,60 bilhões, um resultado 24,2% pior que os R$ 6,07 bilhões de 2019. O desempenho da companhia foi impulsionado pelas exportações para a China, consumo firme tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e também com a variação cambial.

Entre outubro e dezembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa de proteínas subiu 24,1% quando comparado com o mesmo período de 2019, atingindo R$ 7,03 bilhões.

Já nos doze meses do ano, o Ebitda ajustado ficou em R$ 29,55 bilhões, uma alta de 48,7% sobre 2019.

Já a receita líquida da JBS subiu 33,1% em um ano, passando de R$ 57,13 bilhões no quarto trimestre de 2019 para R$ 76,06 bilhões no fim de 2020. Enquanto isso, no acumulado do ano passado, a receita avançou 32,1%, para R$ 270,20 bilhões.

No período, cerca de 75% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 25% por meio de exportações.

A partir do Brasil, as vendas de carne bovina in natura, que corresponderam a 84% das exportações desta unidade de negócios, cresceram em volume quanto em preços, em 3,2% e 19,8%, respectivamente. Os destaques foram a China e Hong Kong, que tiveram aumento de cerca de 60% na receita de vendas no período.

A JBS propôes pagamento de dividendos de 1 real por ação, equivalente ao recorde de 2,5 bilhões de reais, para 2021.

Divisões

No acumulado do ano, o lucro líquido foi de 4,6 bilhões de reais, queda de 24,2% ante 2019, enquanto o Ebitda ajustado somou 29,6 bilhões, alta de 48,7%. A receita líquida atingiu 270,2 bilhões de reais, avanço de 32,1% no ano a ano. A JBS ainda informou que a geração de caixa livre atingiu 17,8 bilhões, um salto de 87,3%.

“O ano passado todo foi com resultado forte. Com dólar mais valorizado, temos resultado maior quando se traduz em reais, mas (também) foi um bom resultado operacional”, afirmou à Reuters o CFO global da JBS, Guilherme Cavalcanti.

Ele destacou que os negócios do Brasil tiveram a Seara como destaque e nas operações norte-americanas o desempenho operacional foi considerado positivo, resultado também apoiado pelo efeito da variação cambial.

No quarto trimestre, a receita líquida da Seara atingiu 7,5 bilhões de reais, alta de 31,8%. A da JBS Brasil somou 13,39 bilhões, aumento de 39,9%. Nos Estados Unidos, a JBS USA e a JBS Pork tiveram receitas de 30,28 bilhões e 9,3 bilhões de reais, respectivamente, com avanços respectivos de 26,9% e 47,5%.

Quanto ao Ebitda ajustado das unidades no trimestre, Pilgrim’s Pride, Seara e JBS Brasil, tiveram altas respectivss de 53,5%, 50,8% e 41,2%.

A companhia ainda encerrou 2020 com alavancagem de 1,58 vez em dólares e de 1,56 vez em reais, medida pela relação entre Ebitda ajustado e dívida líquida.

“Nossa meta é ficar entre 2 e 3 vezes, estamos abaixo disso e com essa alavancagem baixa a gente tem capacidade de fazer mais aquisições e remunerar melhor o acionista”, disse o executivo.

Sem detalhar sobre oportunidades de aquisições, ele disse que a empresa está sempre olhando ativos no mercado ao redor do mundo.

O executivo também lembrou que já foi retomado o projeto de listagem de ativos nos Estados Unidos. “A questão já não é mais se vamos fazer, mas sim quando”, afirmou.

Custos e Margens

Do ponto de vista de custos, Cavalcanti lembrou que as despesas com grãos, como o milho utilizado na ração animal, segue elevada, assim como o valor da arroba bovina no Brasil, o que exige a adoção de estratégias.

“Em 310 reais a arroba, isso tem impacto de compressão de margem e tem várias estratégias para lidar com isso, uma delas é produto de valor agregado, (onde) consegue diferenciar um pouco e tentar compensar parte desse aumento. Mas o que realmente compensa esses custos é a exportação.”

Ele disse que metade das receitas da companhia no Brasil é exportação e como a demanda por proteína no mundo, principalmente Ásia e China, está alta, as vendas externas funcionam como um mitigador desse efeito de custos.

O executivo também disse que no quarto trimestre o avanço da receita no Brasil contou com uma parcela de reajuste em preços, algo que pode não acontecer neste momento. “De lá pra cá, o preço do boi aumentou mas o mercado interno começa a ficar mais desafiador para aumentar preço”, admitiu.

Para o curto prazo, ele acredita que a tendência é continuar com custo pressionado, seja por conta do câmbio, pelos grãos ou pelo pecuarista que acaba retendo o gado, mas em algum momento este ciclo da pecuária deve mudar.

Com informações da Reuters

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