Marfrig se torna dona de 31,66% da gigante BRF

Segundo as informações divulgadas nesta quinta-feira, 24, o Cade aprovou aquisição de 31,66% das ações da BRF pela Marfrig sem restrições.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer aprovar, sem restrições, a aquisição de ações da BRF pela Marfrig Global Foods, conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira (23) pela Marfrig.

Em junho, uma processadora de carne bovina elevou sua participação na empresa de alimentos BRF para aproximadamente 31,66%, por meio de leilão na B3. Um mês antes, a companhia já havia feito um movimento para compra de 24,23% no capital da BRF.

Quando a última negociação foi anunciada, a Marfrig ressaltou que não pretendia eleger membros para o conselho de administração ou exercer influência sobre as atividades da BRF e que não celebrou quaisquer contratos ou acordos que regulam o exercício de direito de voto.

O parecer veio quatro meses após a Marfrig iniciar as operações de compra dos papéis BRFS3 na Bolsa. Em 21 de maio, a empresa de Marcos Molina adquiriu 24,33% das ações da companhia. O investimento saiu por cerca de US $ 800 milhões, conforme anunciado na época. Pouco dias depois, em 3 de junho, essa participação foi elevada para 31,66% do capital.

a chegada de Molina no capital da BRF só tumultua uma companhia que há anos, desde a fusão das duas grandes rivais, vive uma enorme crise de governança. A empresa não conseguiu criar uma cultura própria, unir como famílias antigas em torno de um projeto comum. 

Para se ter uma ideia do problema, ainda no começo desse ano parte da família Furlan tentava movimentos mirabolantes sonhando em voltar a gerir o negócio. Até no governo foram. A equação tem os fundos de pensão, uma família Furlan e os atuais administradores que, certamente, não vão querer sair pela porta dos fundos.

Resta saber como o conselho que administra da empresa, boa parte dele pega de surpresa, vai reagir a tudo isso. As sinergias operacionais entre as companhias são consideradas quase nulas. Contudo, isso não muda a percepção, para muitos, de que o movimento faz sentido. Além de a JBS estar turbinando a Seara ao longo dos anos, o entendimento é que ambas – BRF e Marfrig – estão com dificuldades de crescer sozinhas no Brasil.

Lembrando que uma cláusula prevê que qualquer acionista que atinja 33,33% das ações da empresa terá de divulgar este fato e lançar, em até 30 dias, uma oferta pública de aquisição (OPA) para todos os demais acionistas.

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